Desafio o leitor a encontrar na grande imprensa a expressão “extrema esquerda” em alguma reportagem. Será como procurar uma agulha num palheiro, missão quase impossível. Já “extrema direita” é mais fácil do que apontar corruptos no PT: há em abundância o uso dessa expressão, e basta estar à direita dos tucanos para ser rotulado assim, ou como “ultraconservador”. O viés esquerdista é escancarado na mídia.
Na Academia não é muito diferente. Professores marxistas pululam pelos campi universitários, enquanto raramente se escuta falar em Burke, Roger Scruton, Eric Voegelin ou algum outro pensador mais conservador. Há uma quase hegemonia do pensamento “progressista” nas salas de aula, e os próprios professores e reitores se esforçam para manter essa situação, interditando o debate e asfixiando o contraditório.
De tempos em tempos, porém, surge um lobo solitário disposto a desafiar todo esse esquema, romper com a espiral de silêncio que busca expurgar qualquer visão mais conservadora do debate público. Roberto Campos é um nome que vem à mente, e que pregou no deserto na década de 1990, combatendo quase que sozinho toda a esquerda nacional. Olavo de Carvalho foi o grande nome associado ao conservadorismo que furou a bolha esquerdista nos anos 2000.
Com colunas publicadas nos principais jornais e depois em seu próprio site, Olavo foi atraindo aos poucos uma pequena multidão de leitores capazes de desafiar o status quo graças a seus ensinamentos. Foi um dos únicos debatedores a falar do Foro de São Paulo, por exemplo, quando na imprensa os jornalistas tratavam o convescote comunista como paranoia de reacionário.
Olavo estudou o comunismo mais do que qualquer outro pensador brasileiro, e ele mesmo foi comunista no passado, o que lhe dava acesso ao modus operandi da turma. Denunciar os métodos comunistas, que se adaptam com o tempo, foi sua principal missão como comunicador. Seus adversários intelectuais, despreparados, preferiam debochar do professor autodidata, ridicularizando a “teoria da conspiração” da suposta ameaça comunista. Mas Olavo simplesmente ignorava o cerco contra ele e seguia em frente, com fatos e argumentos. E o tempo é amigo da razão.
Quando as portas na velha imprensa se fechavam, Olavo criava as próprias alternativas. O site Mídia Sem Máscara, o programa True Outspeak e depois seu curso COF, que atraiu milhares de alunos todas as semanas, substituíram os instrumentos tradicionais como meios de preservar seu espaço como educador. Tentaram calar o “velho doido”, fizeram de tudo para ridicularizar seus pontos de vista, e alguns mais ousados até aceitaram debater, na esperança de enterrar de vez o “maluco”. Mas Olavo driblava cada obstáculo e continuava com seu trabalho, cada vez mais influente.
Quem o conhece apenas pelas redes sociais, pelo personagem desbocado e provocador, não faz ideia do intenso trabalho de base criado pelo filósofo. Polemista nato, e também radical no estilo, Olavo angariou muitos inimigos no caminho. Mas, na imensa maioria, trata-se de figuras menores, sem qualquer estofo intelectual, que nunca mergulharam de fato no pensamento do “guru de Virgínia”. Imitadores de focas ou atores fracassados acharam que bastava usar rótulos para eliminar Olavo de cena. Doce ilusão!
A ditadura do pensamento único foi sacudida por um sujeito sem diplomas “respeitáveis”, e isso foi intolerável para essa patota arrogante
Um exército de soldados estava sendo preparado em suas aulas, gente com bagagem para defender o legado da civilização ocidental judaico-cristã, para combater o globalismo, para oferecer resistência na guerra cultural em curso. Aos 74 anos, Olavo de Carvalho faleceu, e um misto de ódio e júbilo tomou conta das redes sociais. Os insignificantes socialistas comemoraram, como se a partida de Olavo significasse a volta do silêncio do lado conservador. Não entendem que Olavo criou um movimento, e que seu legado permanece. Olavo não morreu.
Basta ver a quantidade de alunos seus escrevendo, fazendo filmes, comentando nas rádios ou em seus programas próprios na internet, com grande audiência. Basta ver as editoras disputando o nicho conservador de mercado, com inúmeras publicações de nomes à direita, inacessíveis antes ao leitor brasileiro. Olavo não é o único responsável por isso, claro, mas teve importante contribuição. Com coragem e independência, desafiou todo um sistema podre, um clubinho que se fechou numa redoma e impedia qualquer outsider de apresentar o contraditório. A ditadura do pensamento único foi sacudida por um sujeito sem diplomas “respeitáveis”, e isso foi intolerável para essa patota arrogante.
Mas eles terão de lidar com o fato de que Olavo tem relevância, e eles, não. Gente medíocre, que preferiu a segurança do carreirismo acadêmico ou midiático, que jogou de acordo com as regras impostas pelo sistema e se blindou na repetição maçante de slogans marxistas, agora observa com perplexidade a multidão de seguidores de Olavo. A esquerda ficou preguiçosa, talvez pela própria posição dominante, enquanto os jovens, ávidos por conhecimento, devoravam os livros recomendados por Olavo, assistiam a suas aulas, pediam mais e mais conteúdo de qualidade.
Se Paulo Freire ajudou a doutrinar milhares de comunistas nas salas de aula, Olavo ofereceu o antídoto com seu embasamento, e hoje os filhotes de Freire não encontram tanta facilidade assim ao propagar as falácias esquerdistas, pois há muita gente disposta a e capaz de rebatê-las. Olavo ajudou como poucos a preparar esses “cruzados intelectuais”, e não será suficiente um risinho nervoso de deboche ou o uso de rótulos depreciativos para interromper seu trabalho. A direita acordou, e sua voz será ouvida.
Leia também “Fundamentalista na liberdade de expressão”
Aplausos 💯
Parabéns Constantino. Mas o leitor Júlio Rodrigues Neto, disse tudo: O prof. Olavo despertou o gigante adormecido: a direita brasileira. Só depende de nós, de nossa organização, disciplina e tenacidade para fazer acontecer.
Graças ao grande professor, meus ídolos não são mais os mesmos. Isto, para mim, significou amplitude de ideias. Parabéns, Rodrigo Constantino! Como sempre, bela matéria!
A sementge morreu e a árvore deu frutos aos milhares.
Ótimo texto. Parabéns Constantino.
Olavo não morreu, o seu legado vai permanecer, avante o Conservadorismo e a direita Brasileira.
2022 – O Brasil é do POLVO
O Senhor te repreenda!
Estamos juntos. Direita avante.
A Melhor frase , Olavo Vive !!!!
O conhecimento foi burocratizado na Academia. Atualmente, ideias originais são rejeitadas. Só os medíocres se encaixam na carreiras universitárias. Olavo rompeu com isso e não será perdoado.
Precisamos de mais Olavos para enfrentar essa turba comunista.
A realidade nas salas de aula é desesperadora:
Nas universidades públicas só pensam em festas com sexo, drogas e funk.
Nas congêneres privadas somente 15% dos alunos estão interessados no conteúdo ministrado. O restante quando presente, está assistindo novela, futebol, ou teclando nas redes sociais e alguns poucos alcoolizados.
A esquerda destruiu o Brasil, deve levar mais de 50 anos para o país chegar a um nível mínimo de competividade.
Certíssimo!
OLAVO TINHA RAZÃO!
Espero mesmo que os jovens estejam acordando, pois atualmente a maior pobreza intelectual está exatamente dentro das universidades, sobretudo nas áreas de humanas, é só consultar a lista das teses de mestrado e notamos quão improdutivos tem sido esses cursos
É exatamente isso nobre consta que pensamos também, obrigado.
Excelente artigo, Rodrigo, sintetizou Olavo e a decrepitude dos atuais movimentos esquerdistas.
Um “baita” artigo, Rodrigo, parabéns. Daqueles de guardar.
Rodrigo, fiquei muito feliz de sua reconciliação ainda em vida, com o Olavo. Contudo, vi sua entrevista recente pra BP e fiquei triste. Trate agora de ler os livros do professor, faça o COF (caso ainda não tenha feito) e aprenda mais e mais com ele. Gosto de você e admiro sua coragem como jornalista. Abração!
Foi com pesar que conheci as obras de OLAVO DE CARVALHO – quantoi tempo eu PERDI.
Agora apesar de sua ausencia foi recuperar
OBRIGADO OLAVO CARVALHO !!!!!!!
Texto muito bom. Parabéns.
Olavo desbravou um terreno fertil de avidos ao bom combate, mas com conteudo, com informação, com defesa a valores, enquanto pisoteava o terreno de cadaveres imundos filhos de um tal Paulo Freire, e sim, não há como se esconderem, precisam se expor e cada vez mais ao ridiculo, a mentira
Parabéns, fico feliz de ter feito parte da sua reconciliação com o Mestre. Fico triste pela entrevista que não chegou a ser feita. Que Deus o acolha em seu infinito amor.
Olavo de Carvalho acordou um Gigante adormecido – a DIREITA BRASILEIRA.
O que seria dos mega-ultra-capitalistas se não fossem os tontos dos progressistas. São a massa de manobra que os “criadores” de Davos e das Vacinas tem para o momento. Estão nas escolas, na imprensa e na Faria Lima. Soros adora as ONGS. DiCaprio adora as ONGS. Gates adora as ONGS e todos adoram a Greta que adora todos eles.
Fui o primeiro a curtir. Olavo tem razão e você também Constantino.
Olavo tem razão
Parabéns Constantino 👏👏👏
Parabéns Consta!