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Ilustração: Fran Kie/Shutterstock
Edição Eleições 2022

Carta ao Leitor — Edição Eleições 2022

O redesenho do Senado e a encruzilhada decorrente do primeiro turno da eleição presidencial estão entre os destaques desta edição

Redação Oeste
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O primeiro turno acabou neste domingo, 2, mas a principal das escolhas continuará por mais quatro semanas. Já existe, no entanto, muita coisa a comemorar — e a mais animadora envolve o Senado. Até este outubro, a maioria dos eleitores via no Senado apenas uma das partes do Legislativo. Desta vez, o aumento do interesse pelos rumos políticos do país mostrou que o eleitorado enxerga nessa instituição um instrumento constitucional para limitar os poderes de um Supremo Tribunal Federal que se considera cada dia mais onisciente, onipotente e onipresente. 

Cabe ao Senado — como determina a Constituição, não custa insistir — conter eventuais abusos da Corte, valendo-se da abertura, se for o caso, de um processo de impeachment contra algum ministro. O senador cearense Eduardo Girão, do Podemos, informa que na atual legislatura há cerca de 20 parlamentares dispostos a agir assim. “Acredito que, se elegermos mais dez, conseguiremos fazer um bom barulho na Casa”, disse. 

Para desespero dos comerciantes de pesquisas, esse número foi ultrapassado no domingo. Em São Paulo, por exemplo, Marcos Pontes (PL) conseguiu quase 50% dos votos e derrotou o favoritíssimo Márcio França (PSB). No Rio de Janeiro, Romário se reelegeu com cerca de 30% dos votos. A eles se juntaram Magno Malta, no Espírito Santo, e Jorge Seif, em Santa Catarina, ambos do PL, além de Hamilton Mourão (Republicanos), no Rio Grande do Sul, e Tereza Cristina (Progressistas), em Mato Grosso do Sul.

Os efeitos da Lava Jato continuam. No Paraná, o ex-juiz Sergio Moro elegeu-se senador, e o ex-procurador Deltan Dallagnol, o candidato a deputado federal mais votado do Estado. Em contrapartida, o eleitorado de Roraima aposentou de vez Romero Jucá (MDB), o autor da frase “é preciso estancar a sangria”. Foi a senha para o começo do desmonte da maior operação anticorrupção da história.

Esses e muitos outros assuntos estão detalhados em artigos e reportagens especiais publicados nesta edição extra. A análise da disputa presidencial, feita por J.R. Guzzo, explica o que estará em jogo no segundo turno. Os brasileiros escolherão uma de duas opções: o avanço rumo a uma economia cada vez mais consistente ou o retorno da ladroagem em níveis jamais alcançados.

 

Boa leitura.

 

Branca Nunes

Diretora de Redação

Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro | Foto: Shutterstock/Estadão Conteúdo

 

5 comentários
  1. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    Eu quero só saber se vamos viver na clandesti idade paradoxal

  2. Dinarte Francisco Pereira Nunes de Andrade
    Dinarte Francisco Pereira Nunes de Andrade

    Sou admirador de J. R. Guião desde os tempos em que VEJA era uma revista confiável. Isto e mais o fato de ser filho de cearense me deixam à vontade para manifestar minha mais profunda estranheza pelo escrito em seu artigo “À sombra da corrupção sem limites” desta edição de Oeste, onde não encontrei como postar este comentário. Diz ele que “o Brasil da senzala, entre a Bahia e o Maranhão, ficou com Lula”. Esta comparação infeliz só pode ser entendida se considerarmos que senzala remete ao povo negro que, escravizado, tanto contribuiu para o crescimento deste país de todos nós, tal como o povo nordestino, escravizado pelos governantes incompetentes e corruptos, foi a base do desenvolvimento não apenas do nordeste mas de todo o país, destacando-se as regiões norte e sudeste, em especial São Paulo. Ademais, Guzzo parece desconhecer a possibilidade de fraude nas apurações, a qual possivelmente teria produzido o resultado pró Lula. Na dúvida, o brilhante jornalista poderia melhor esclarecer o que ele quis dizer com isto.

  3. Celso
    Celso

    Ano que vem sai impeachmente de um cabeça de ovo.
    Esperem e verão

  4. Elton Holzmann
    Elton Holzmann

    Pergunto a carta ao leitor se eles sabem onde estavam os 47 por cento de petistas nesta eleição. Estou estupefato pois não vimos um contra ponto dessa massa impressionante de votantes lulistas nas ruas durante todo mandato do presidente.Petistas pelo que consta não são de se calarem, então onde estavam.

  5. Ricardo Luiz Rocha Cubas
    Ricardo Luiz Rocha Cubas

    É urgente! ALÔ BOLSONARO! Contrate três institutos de pesquisas não esquerdistas, por 6 milhões de reais, para realizar três levantamentos independentes para a eleição presidencial no segundo turno das eleições: modalidade única de PESQUISA DE BOCA DE URNA. Cada pesquisa com 40.000 entrevistados. Essa é uma PROVA CIENTÍFICA ESTATÍSTICA apta a se contrapor a eventuais fraudes eletrônicas, de qualquer tipo. Ah, e anuncie a todos os governos internacionais que irá fazer essas três pesquisas, no dia da eleição. É um investimento “barato” em face da grande importância de seu objetivo…

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