A República Democrática do Congo (RDC) registrou um aumento considerável no número de casos de varíola dos macacos, a mpox. A informação foi anunciada pelo governo no último sábado, 20.
O ministro da Saúde Pública apresentou um relatório que detalha a situação epidemiológica do país. De acordo com o porta-voz do governo, Patrick Muyaya, “o resultado é um aumento exponencial no número de casos”.
Até o momento, há 11.166 casos suspeitos e 450 mortes, o que representa uma taxa de letalidade de 4%.
Alerta da Organização Mundial da Saúde sobre varíola dos macacos
O relatório foi divulgado logo depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertar sobre o risco global da cepa, especialmente em razão de uma nova doença mais letal na RDC.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, chefe da OMS, afirmou que o surto “não demonstra sinais de desaceleração”.
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Rosamund Lewis, especialista da varíola dos macacos da OMS, também destacou o risco de o vírus ultrapassar fronteiras. Recentemente, a África do Sul relatou 20 casos, incluindo três mortes.
Histórico da doença
A doença foi identificada em humanos pela primeira vez em 1970, na região que hoje é a RDC (antigo Zaire), com o subtipo Clade I.
A cepa se limitava ao oeste e ao centro da África. Historicamente, a maioria das infecções humanas ocorria por meio de contato com animais contaminados.
No entanto, desde maio de 2022, infecções pelo subtipo Clade II têm sido registradas globalmente. Desde setembro passado, uma nova cepa mais letal, o Clade Ib, se espalhou na RDC, sendo também transmitida via contato sexual.
OMS alerta sobre nova cepa mais letal da varíola dos macacos
A OMS deu um alerta no início deste mês sobre a ameaça contínua da doença. O órgão recebeu relatos de casos em 26 países, em junho.
“A mpox continua uma ameaça à saúde global”, declarou Ghebreyesus, em coletiva de imprensa.