Estudo descobre a 'fonte da juventude' em proteína

Uma pesquisa liderada pelo professor Haim Cohen, da Universidade Bar-Ilan, em Israel, está gerando avanços significativos na área de biogenética, com potencial para impactar diretamente a saúde humana e a longevidade.

O estudo foca a proteína SIRT6, que, como uma espécie de “fonte da juventude”, desempenha um papel crucial no processo de envelhecimento e na manutenção da saúde celular.

A presença da proteína se mostra determinante para o tratamento de várias doenças relacionadas à idade, entre as quais diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, inflamações crônicas e até certos tipos de câncer.

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Embora essa proteína já seja estudada há alguns anos, Cohen, que tem pós-doutorado em Harvard, afirma que o novo estudo avançou etapas importantes e está próximo de ser adotado como um tratamento clínico.

Inicialmente, a pesquisa analisou os níveis de SIRT6 em camundongos e células humanas sob restrição calórica — uma prática associada a melhorias na saúde e longevidade.

“Os resultados revelaram que a ativação de SIRT6 aumenta em resposta à restrição calórica, sugerindo que essa proteína pode ser um mediador dos efeitos positivos da restrição calórica sobre o envelhecimento”, afirmou Cohen a Oeste.

Contudo, o estudo deu um passo além ao investigar a ação da SIRT6 em condições adversas, como em uma dieta hipercalórica. Camundongos, alguns geneticamente modificados, foram alimentados com uma dieta que promovia obesidade, resultando em patologias comuns, como aumento de glicose e colesterol elevado.

Os camundongos com níveis mais altos de SIRT6, porém, não apresentaram esses problemas metabólicos, mesmo sem a restrição calórica. Isso sugere que a SIRT6 pode oferecer um efeito protetor independente da dieta, ao regular a longevidade e a saúde metabólica mesmo em condições desfavoráveis.

“A presença de SIRT6 levou a um aumento de 30% na longevidade e à proteção contra doenças relacionadas à obesidade”, explicou Cohen. “Viver até 120 anos, com esse tipo de descoberta, pode se tornar uma realidade viável.”

Esses achados abrem uma nova perspectiva, pois revelam que a SIRT6 pode proteger contra doenças metabólicas e inflamatórias associadas ao envelhecimento, como Alzheimer e doenças cardíacas. Mesmo independentemente de mudanças alimentares, apesar de que elas são sempre recomendáveis se feitas com critério.

Além disso, Cohen destacou que o aumento da SIRT6 também parece melhorar o metabolismo e reduzir inflamações celulares. “Estamos muito próximos de entender como essa proteína age nas células, especialmente na produção de energia e na resposta ao estresse celular.”

Testes da proteína em humanos

Para levar essas descobertas ao campo das aplicações humanas, a Universidade Bar-Ilan, em colaboração com um investidor, fundou a empresa SirtLab, laboratório focado em desenvolver métodos para ativar ou aumentar os níveis de SIRT6.

O próximo passo envolve garantir a segurança desses tratamentos em modelos animais antes de avançar para ensaios clínicos em humanos, previstos, se tudo correr bem, para ocorrer em “cerca de dois anos.”

Cohen acredita que, ao passar por essas etapas, será possível desenvolver tratamentos eficazes. O professor também mencionou a evolução das causas de mortalidade ao longo do tempo.

Ele destacou que inovações médicas sempre transformaram a saúde humana. No caso dos antibióticos, por exemplo, foram drasticamente as mortes por infecção, que um dia representaram 70% dos óbitos.

Sobre a longevidade humana, Cohen afirma que o estudo não tem a capacidade de descobrir fórmulas para a imortalidade. “Mas entender e manipular os mecanismos do envelhecimento, como a ativação da SIRT6, é uma maneira de aumentar a longevidade humana com qualidade de vida.”