O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou, neste domingo, 4, que considera convocar o comitê de emergência da entidade para analisar o surto de mpox na África.
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“Com a disseminação de uma variante mais letal da mpox em diversos países africanos, a OMS, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da África, governos locais e parceiros estão intensificando suas ações para conter a transmissão da doença”, escreveu Tedros Adhanom, em seu perfil na rede social Twitter/X.
As a deadlier strain of #mpox spreads to multiple African countries, @WHO, @AfricaCDC, local governments and partners are further scaling up the response to interrupt disease transmission. But more funding and support for a comprehensive response are needed.
— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) August 4, 2024
I am considering…
No fim de junho, a OMS alertou sobre uma variante mais perigosa da mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos. Segundo a entidade, a República Democrática do Congo enfrenta um surto da doença desde 2022, e a transmissão intensa do vírus entre humanos levou a uma mutação inédita.
Dados da OMS revelam que a taxa de letalidade da nova variante 1b, na África Central, ultrapassa 10% entre crianças pequenas. Já a variante 2b, que causou a epidemia global de mpox em 2022, teve taxa de letalidade inferior a 1%. Em junho, havia mais de 95 mil casos confirmados da doença em 117 países, além de mais de 200 mortes.
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“Estou considerando convocar o Comitê de Emergência de Regulamentos Sanitários para me aconselhar sobre se o surto de mpox deve ser declarado uma emergência em saúde pública de interesse internacional”, completou Tedros.
Preocupação da OMS com a República Democrática do Congo
A líder técnica sobre varíola dos macacos do Programa de Emergências Globais da OMS, Rosamund Lewis, afirmou que o número atual de casos é “impressionante”. Segundo ela, os casos aumentaram de forma repentina.
“É impressionante, ao considerar que, até então, apenas alguns milhares de casos de mpox tinham sido relatados em todo o mundo”, explicou Rosamund. “De repente, estamos nos aproximando de 100 mil casos.”
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Além disso, a especialista informou que um surto específico é decorrente de uma cepa de mpox com mutações inéditas. Suas notificações são da província de Kivu do Sul, no leste da República Democrática do Congo, desde setembro de 2023.
“Essas mutações sugerem que o vírus tem sido transmitido apenas de humano para humano”, afirmou.
Entenda a transmissão e os sintomas da mpox
A mpox é uma doença zoonótica viral. A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animais silvestres infectados, pessoas infectadas pelo vírus ou materiais contaminados. Os sintomas incluem erupções cutâneas, linfonodos inchados, febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrios e fraqueza.
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Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, o período de incubação varia de três a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias. Depois do desaparecimento das crostas na pele, a pessoa infectada deixa de transmitir o vírus. As erupções cutâneas geralmente aparecem de um a três dias depois do início da febre, mas podem surgir antes.
As lesões são planas ou com elevações, preenchidas de líquido claro ou amarelado. Elas podem formar crostas, que secam e caem. O número de lesões pode variar de algumas a milhares, concentrando-se no rosto, nas palmas das mãos e nas solas dos pés. Apesar disso, elas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, nos olhos, nos órgãos genitais e no ânus.