Estudo publicado na revista Scientific Reports relatou que um orangotango de Sumatra (Pongo abelii) realizou um tratamento sozinho para curar uma ferida que tinha na bochecha. O caso ocorreu em 2022, na Indonésia, e surpreendeu cientistas.
Os profissionais conseguiram registrar, pela primeira vez na história, o consumo de uma planta medicinal por parte de um animal selvagem para curar uma lesão.
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Conhecido como Rakus, o animal mastigou a planta Fibraurea tinctoria. Trata-se de um organismo natural que combate inflamações e bactérias. O orangotango triturou o vegetal, passou a pasta no local da ferida e depois pressionou a região com folhas.
O estudo científico mostrou que o machucado estava cicatrizado depois de cinco dias. A ferida também não apresentava sinais de infecção. O procedimento de Rakus reforçou a teoria dos cientistas, que presumiram que o animal tinha consciência das suas ações.
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Isabelle Laumer, bióloga cognitiva do Instituto Max Planck na Alemanha, endossou a ideia de consciência do animal. Isabelle afirmou que o fato de o orangotango passar o “medicamento” somente na região do machucado é um sinal que indica a intencionalidade.
Outras observações relataram que Rakus prolongou o seu tempo comum de descanso, o que sugere uma estratégia para acelerar a recuperação. O comportamento reflete a intenção de autocuidado do animal, atitude pouco vista no reino animal.
Cientistas já registraram o consumo interno de plantas medicinais por animais primitivos antes do caso do orangotango
Cientistas já registraram o consumo de plantas medicinais por animais primitivos, mas o caso de Rakus marcou a primeira utilização externa do vegetal. No século passado, a primatologista Jane Goodall registrou o consumo de folhas medicinais por chimpanzés.
O orangotango, no entanto, usou a planta de forma tópica. Ao produzir uma pasta e passar no machucado, Rakus parecia ter consciência do desempenho terapêutico da Fibraurea tinctoria.
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