Em 2023, o acidente vascular cerebral (AVC) foi a principal causa de morte no Brasil. A doença matou 109 mil pessoas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Acidente Vascular Cerebral. Essa constatação marca o quinto ano consecutivo em que o AVC lidera as causas de morte no país.
Daniel Isoni Martins, neurologista do Hospital Semper, em Belo Horizonte (MG), explicou ao portal IG que o acidente vascular ocorre “quando há uma interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro”.
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O que provoca o acidente, de acordo com Martins, é a obstrução ou a ruptura de um vaso sanguíneo. Ele detalha que existem dois tipos principais de AVC: o isquêmico e o hemorrágico.
Tipos de AVC e suas causas
O isquêmico tem como causa a interrupção do fluxo sanguíneo, em virtude da obstrução de artérias cerebrais.
Alguns fatores podem influenciar na interrupção desse fluxo, como obesidade, dislipidemia, tabagismo, consumo excessivo de álcool, estresse, hipertensão crônica e diabetes.
“Outros fatores, como defeitos estruturais no coração, problemas nas válvulas e arritmias, também podem resultar na formação de coágulos dentro do coração, que, ao migrarem para a circulação do cérebro, causam o AVC isquêmico cardioembólico”, destaca Martins.
O tipo hemorrágico, segundo o neurologista, ocorre quando um vaso sanguíneo no cérebro se rompe. Isso causa o sangramento no tecido cerebral.
As causas incluem crises hipertensivas, ruptura de aneurismas, sangramentos traumáticos, malformações cerebrais ou tumores.
Medidas preventivas
Para prevenir o AVC, Martins recomenda cuidados específicos. “Cuidar da glicose, controlar a pressão arterial, não fumar, não beber, reduzir o risco de obesidade, controlar o colesterol, praticar atividade física regular e reduzir e controlar o nível de estresse são atitudes que ajudam na manutenção da saúde geral e na prevenção de AVC”, diz o especialista.
Os sintomas de um AVC variam conforme a área cerebral afetada. Entre os mais comuns estão perda súbita da fala, dificuldade para falar, desvio da face para um dos lados, fraqueza ou dificuldade para movimentar partes do corpo, tontura, visão dupla, instabilidade na marcha ou desequilíbrio, perda temporária da visão e alterações na sensibilidade.
Caso algum desses sinais seja identificado, é importante levar o paciente diretamente a um hospital de grande porte.
“Quanto mais rápido se chega ao hospital, melhores são as chances de recuperação e redução de sequelas”, ressalta o neurologista.
Ele também menciona a importância de evitar hospitais menores, como Unidade de Pronto Atendimento (UPAs), que não possuem o equipamento necessário para tratar AVC.
Triste retrato de nossa fraca prevenção primária