Apesar de ser um dos líderes mundiais em número de transplante de órgãos, o Brasil enfrenta taxas altas de recusa na doação, além de entraves que fazem, em média, 3 mil pessoas morrerem por ano enquanto aguardam a cirurgia. No primeiro semestre deste ano, foram mais de 1,7 mil mortes, sendo 46 crianças. As informações são do jornal Folha de São Paulo.
Entre janeiro e junho, foram feitos mais de 4,5 mil transplantes de órgãos, mais de 8,2 mil de córnea e mais de 1,6 mil de medula óssea. Até junho, pouco mais de 64, 2 mil adultos e mais de 1,2 mil crianças estavam na fila do Sistema Nacional de Transplantes, de acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
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Entre os adultos, a fila maior é a espera por rim (mais de 35 mil), seguido por córnea (mais de 26 mil) e fígado (mais de 1,4 mil). Entre as crianças, a córnea lidera com 749, em seguida, está o rim com 396 e o fígado com 75.
Em média, a taxa de espera por um órgão é de 18 meses, mas o tempo varia conforme o tipo de transplante, o volume de doadores e as condições clínicas do paciente.
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O Paraná é o Estado com maior número de doações por milhão de população (pmp) no Brasil, conforme a ABTO. Entre janeiro e junho, registrou mais de 42 pmp, seguido por Rondônia com 40,5 pmp, Santa Catarina com 40,5 pmp e o Rio de Janeiro com 27 pmp. A média nacional é de 19,5 pmp.
Segundo a ABTO, a recusa familiar é a principal causa para a recusa da doação de órgãos. No Brasil, a média é de 45% de recusas, mas existe uma maior variação regional. No Paraná é de 25% e, no Acre, 77%.
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As negativas possuem impacto no número de transplantes. Em 2023, o Brasil fez apenas 1/4 dos transplantes cardíacos necessários. Assim, 138 pacientes morreram enquanto esperavam por um coração novo.