O Chile inaugurou nesta terça-feira 8, no Deserto do Atacama, a primeira usina termossolar da América Latina, a Cerro Dominador. Em uma área circular de 1.000 hectares, 10.600 helióstatos, espelhos que seguem a trajetória do sol, refletem e direcionam a radiação solar em direção a um receptor instalado numa torre de 250 metros de altura, a segunda construção mais alta do Chile. Através desse receptor, os sais derretidos circulam a uma temperatura de 560º Celsius, transportando esse calor para um circuito que aciona uma turbina a vapor para gerar eletricidade, diz uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.
“É uma fábrica que se encontra na fronteira do conhecimento e da tecnologia. Não há planta que tenha tecnologia melhor do que esta”, afirmou o presidente do Chile, Sebastián Piñera, durante a cerimônia de inauguração.
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O complexo, localizado a 100 quilômetros da cidade de Calama, no deserto com a maior radiação solar do globo, é formado por dois componentes: um sistema fotovoltaico de 100 MW, com 392 mil painéis solares, que está em operação desde 2017, e esse sistema termossolar inovador, com 110 MW de capacidade instalada, o suficiente para abastecer uma cidade com cerca de 380 mil residências. No total, ambos vão gerar 210 megawatts.
Financiado pela União Europeia, pelo banco alemão de desenvolvimento KfW e por um consórcio de bancos internacionais, com um investimento total de US$ 1,3 bilhão, o complexo vai ajudar a evitar a emissão de 630 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano, equivalente à circulação de 135 mil veículos por ano.
De acordo com números oficiais, a participação da energia solar e eólica aumentou dez vezes na matriz energética do Chile nos últimos seis anos. E espera-se que, até 2030, a energia renovável atinja 70% de participação.
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O governo brasileiro deveria seguir o exemplo (e certamente irá). O árido nordeste brasileiro reúne condições para que se implante projeto semelhante, guardadas as devidas proporções.