Na ficção, a inteligência artificial (IA) é retratada em cenários fora da normalidade, às vezes envolvendo máquinas que se rebelam contra os seres humanos. Um filme que aborda a temática é Westworld – Onde Ninguém Tem Alma, de 1973. Por outro lado, na vida real, trata-se de um tipo de programa de computador capaz de interpretar dados, “aprender” a partir deles e cumprir determinadas tarefas definidas por seu criador.
O mais recente relatório publicado pela consultoria Distrito, empresa que ajuda no desenvolvimento de startups, revela quais setores são os mais promissores para usar IA no Brasil: recursos humanos e gestão pessoal, indústria, agricultura e saúde. Essas áreas tendem a contribuir para o crescimento da economia no cenário pós-pandemia.
Descubra quais são as startups que estão na vanguarda da inovação com soluções de IA.
Recursos humanos e gestão pessoal
No Brasil, 10% das startups focalizam em recursos humanos e gestão pessoal. Um exemplo de inovação é a Gupy, que trabalha com recrutamento e seleção de novos trabalhadores, desde o processo de atração até a admissão.
Já a Pin People, da mesma área, mensura e aperfeiçoa a experiência dos funcionários de empresas que a contratam. A startup personaliza jornadas e envia conteúdos para incentivar comportamentos e auxiliar na satisfação de líderes e colaboradores.
Indústria
Não se trata de qualquer indústria, e sim da 4.0. O termo surgiu na Feira de Hannover, a principal do mundo em tecnologia industrial. Essa evolução do setor engloba recursos como big data e internet das coisas, ambos necessários para o funcionamento da IA.
Big data é um mecanismo estratégico de análise responsável por coletar, organizar e interpretar dados obtidos para a formação de ideias. Já a internet das coisas pode ser caracterizada como uma conexão entre internet, objeto e usuário. Para o seu funcionamento, sensores como bluetooth e GPS são muito utilizados, além de diferentes programas de computador.
A Kajoo Smart Solutions realiza a contagem e a classificação de produtos através de uma visão computacional, desde a matéria-prima até o resultado. A Latos, também conhecida por processos industriais, oferece sensores para a coleta de dados, além de manutenção antecipada e detecção de falhas. A Pollux é responsável por linhas de montagem automatizadas. E todas elas fazem parte de 9,6% das startups de inteligência artificial que têm como foco a indústria 4.0.
Agricultura
A previsão meteorológica está cada vez mais assertiva com o trabalho de startups como a Pluvi.On, que usa a IA para antecipar em quais regiões haverá chuva. A Agrosmart também trabalha com a previsão do tempo, mas ainda monitora as lavouras em tempo real.
Já a Agro Robótica certifica a quantidade de carbono presente no solo e de nutrientes em folhas. Além disso, consegue informar se existe ou não fertilidade na terra, o que auxilia no aumento da produtividade agrícola.
Saúde
Cerca de 12,5% das startups brasileiras de inteligência artificial se dedicam à saúde e à biotecnologia. A visão computacional pode auxiliar na análise de exames que detectam anomalias, como o câncer.
A Onkos, que atua na área de oncologia, auxilia em diagnósticos e trabalha com biologia molecular e assinaturas genéticas personalizadas. O seu foco é a solução objetiva de incertezas diagnósticas, visando a diminuir cirurgias, procedimentos e terapias desnecessárias. Tudo isso com o intuito de melhorar a qualidade de vida do paciente oncológico.
Já a CogniSigns realiza triagem digital para superdotação, autismo e saúde mental, e a Mindify automatiza protocolos de pós-atendimento.
Mercado promissor
Atualmente, são mais de 700 startups que trabalham com IA em território brasileiro. Em contrapartida, como divulgado pela mesma análise da Distrito, existe uma carência de soluções destinadas ao consumidor.
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