O designer Cícero Moraes reconstruiu a cabeça do Cão de Muge, um animal doméstico primitivo que viveu há cerca de 7,6 mil anos. Essa é a primeira vez que a tecnologia é usada para refazer a face dessa espécie.
O projeto de Cícero Moraes, que mora no município de Sinop, em Mato Grosso, começou em 2021 e foi finalizado neste ano. O trabalho de reconstrução em 3-D do designer foi apresentado ao mundo através de um artigo científico publicado na semana passada no site mdpi.com.
O fóssil do Cão de Muge foi descoberto no fim do século 19, enterrado em um cemitério no Vale do Tejo, próximo a Lisboa. Em meio a 110 esqueletos humanos, os restos mortais do cachorro acabaram engavetados pelos arqueólogos naquela época.
Apesar da demora de 120 anos, felizmente o animal foi redescoberto. O esqueleto estava dentro de uma gaveta de um armário do Museu Geológico de Lisboa e logo em seguida despertou a curiosidade dos pesquisadores em estudá-lo. O primeiro estudo odontométrico (medição da arcada dentária) e osteométrico (medição dos ossos) sobre o animal foi desenvolvido em 2010.
Depois dos avanços nas pesquisas, Cícero Moraes foi convidado a integrar a equipe multidisciplinar da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Lusófona de Humanidade de Lisboa para refazer a face do animal. “Achei a ideia muito interessante e topei imediatamente”, afirmou o designer brasileiro para o Estadão.
De acordo com Cícero, a reconstrução do animal primitivo foi possível graças ao uso de dados da tomografia computadorizada do fóssil de Muge, além da ajuda de um doador virtual, que encaminhou fragmentos ósseos de um cão da raça pastor belga-malinois.
O Cão de Muge descoberto é considerado um fiel companheiro de uma família que viveu no período mesolítico, por ter sido enterrado junto com esqueletos humanos. A pesquisa revelou que o animal morreu entre os dois e seis anos, além de ter uma altura aproximada entre 48,5 e 51 centímetros. O DNA do cachorro antigo ainda não foi sequenciado, mas esse deve ser o próximo passo dos pesquisadores, junto com uma reconstrução do corpo inteiro.
Para a equipe de cientistas que coordenou o estudo, a reconstituição em 3-D de animais de estimação antigos pode ajudar na valorização da arqueologia. Isso porque a restauração pode tornar a visualização das espécies extintas mais compreensível ao público em geral. “Sendo animais, e, em particular, animais de estimação, induzem mais empatia e, portanto, atraem mais atenção”, justificaram.
Esse desenho só vem confirmar que a teoria do evolucionismo é uma “furada”. O tal cachorro é idêntico ao meu…
Parabéns ao Cícero!
Tds os bichos continuaram a mesma espécie…jacaré taí a milhões de anos e ainda é jacaré…só o macaco que é mais sabido que virou gente….o bicho bão é o macaco!