A empresa alemã Lilium, pioneira em aeronaves elétricas, começou recentemente a montar seu primeiro jato de passageiros, com a estreia comercial prevista para 2026, informou a Folha de S. Paulo.
Daniel Wiegand, cofundador da Lilium, revelou planos para um modelo maior, movido a bateria, capaz de transportar até 100 passageiros. Este modelo, com alcance de cerca de 1 mil quilômetros, está previsto para meados da próxima década, com a meta de dobrar seu raio até 2045.
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Wiegand destacou que este é o próximo passo lógico para a Lilium, enquanto a empresa transforma compromissos para seu primeiro jato em pedidos firmes. “Vejo-nos construindo uma base mais ampla de aeronaves”, afirmou Wiegand em uma entrevista na sede da empresa, perto de Munique. “Neste ponto, é uma visão, mas há um enorme potencial. Se você quer ser neutro em carbono, então os ecombustíveis não são a resposta.”
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A indústria da aviação comercial passa por uma transformação tecnológica. Várias startups desenvolvem pequenas aeronaves elétricas para o mercado urbano e regional dominado por helicópteros.
A Airbus também está desenvolvendo uma nova geração de aeronaves, que incluem um modelo movido a hidrogênio, com previsão de serviço para meados da próxima década.
O design da Lilium se destaca entre os eVtols por usar motores a jato embutidos nas asas, diferentemente de modelos com rotores abertos. A expectativa da empresa é de que seu primeiro modelo, com espaço para quatro a seis passageiros e alcance de 175 quilômetros, esteja concluído até o final deste ano. O primeiro voo está previsto para 2025, com entregas iniciando em meados de 2026.
Parcerias e negociações estratégicas
A Lilium, prossegue a Folha, anunciou um acordo com a companhia aérea estatal da Arábia Saudita para a compra de até 100 unidades. As negociações com a companhia aérea brasileira Azul também estão em andamento, com potencial para um acordo semelhante. A Lilium visa ao mercado de São Paulo. Na capital paulista, o uso de helicópteros é comum para evitar o congestionamento.
Cada jato Lilium custa entre US$7,6 milhões e US$11 milhões, dependendo da versão. Os pedidos firmes são cruciais para desbloquear fontes de financiamento adicionais. A empresa negocia com os governos alemão e bávaro para receber apoio financeiro, além dos €100 milhões da Alemanha e €250 milhões da França.
Klaus Roewe, CEO da Lilium, afirmou que a empresa pode construir cerca de 80 unidades em sua instalação atual até 2026. A Lilium avalia locais para uma nova linha de montagem, possivelmente no sul da França, um mercado-chave devido ao turismo VIP que atualmente utiliza helicópteros na região.