Há exatos 115 anos, o brasileiro Santos Dumont realizou o primeiro voo com autopropulsão e dirigibilidade registrado na história. Depois de decolar com sua mais recente criação, o modelo 14 bis se manteve a dois metros do chão por uma distância de 60 metros no Campo de Bagatelle, em Paris, no dia 23 de outubro de 1906. Mais de mil espectadores acompanharam a façanha do mineiro que ficou conhecido como pai da aviação.
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O gênio criava, patenteava e liberava o uso de suas descobertas para quem quisesse utilizá-las. “No ano seguinte [1907], Santos Dumont publica em uma revista popular o plano detalhado do Demoiselle para quem quisesse construir”, relata o físico Henrique Lins de Barros, especialista na história de Dumont. “Esse modelo passa a ser o primeiro produzido em série na aviação”.
Dono de várias invenções, em 1898, o brasileiro desenvolveu o motor à combustão que permitiu o projeto de seu avião, além várias outras inovações. “Ele aprendeu a voar de balão, fez os primeiros dirigíveis”, conta Lins de Barros. “Todos eles, até o número 6, têm inovações impressionantes, com mudanças conceituais. Ele sofreu diversos acidentes, mas aprendeu a voar. Foi assim que ele descobriu quais eram os problemas de um voo controlado. Quando ele ganhou o Prêmio Deutsch, em 1901 [com o dirigível número 5], ele tinha domínio total. Em 1902, ele já tinha os dirigíveis até o número 10 construídos”.
Se fosse hoje, os oportunistas de plantão tentariam assassinar a sua reputação com falsas narrativas