O ano de 2025 marca a abertura da chamada geração beta, composta de crianças que crescerão em um mundo onde a inteligência artificial (IA) generativa está completamente integrada ao cotidiano.
Segundo um estudo da Kantar Ibope Media divulgado nesta quarta-feira, 19, essa nova geração não terá nenhuma referência de um mundo sem o uso massivo dessas tecnologias. “Os nascidos a partir deste ano não conhecerão nem terão referência de um mundo sem a presença da IA generativa”, destaca o relatório.
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A pesquisa mostra que a influência da IA não se limitará a interações ocasionais, mas será um elemento estruturante nas relações humanas, na educação, no trabalho e no consumo de informação.
A integração da tecnologia na vida cotidiana já é um fenômeno crescente, conforme evidenciado pelos dados da Kantar Ibope Media, que mostram que 56% dos entrevistados acreditam que a inteligência artificial já teve um impacto significativo em seu dia a dia.
O levantamento também revela que 88% dos entrevistados valorizam a presença de tecnologia avançada em suas casas, e 53% afirmam gostar de soluções tecnológicas que tornem suas vidas mais fáceis.
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Além da presença da IA, o estudo destaca que o interesse geral pelo avanço tecnológico é alto, especialmente nos países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), onde a adesão a novas tecnologias é superior à média global.
No Brasil, por exemplo, 61% dos entrevistados disseram acompanhar ativamente as novidades tecnológicas. Essa tendência sugere que a geração beta crescerá em um ambiente amplamente digitalizado, em que o consumo de tecnologia será um comportamento natural e quase universal.
Geração beta no mundo hiperconectado
No entanto, o estudo também demonstra preocupações sobre os impactos dessa dependência tecnológica. Segundo os dados, seis de cada dez consumidores conectados expressam preocupação com a maneira como a tecnologia influencia as relações sociais e a interpretação da realidade.
Na América Latina, essa preocupação é ainda maior e atinge quase 70% dos entrevistados. A questão central é se as novas gerações conseguirão diferenciar o real do artificial ou se essa distinção perderá relevância ao longo do tempo. “Debates sobre uma arte ou conteúdo ter sido produzida com ou sem IA farão sentido para esta geração no futuro?”, indaga o relatório.
Outro ponto abordado pela pesquisa é a crescente confiança do público na IA como fonte de informação. Embora 20% dos entrevistados ainda discordem dessa premissa, uma parcela significativa já considera as opções baseadas em inteligência artificial como confiáveis.
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Esse cenário pode moldar o futuro do consumo de notícias e entretenimento, já que a geração beta crescerá acostumada a interagir com algoritmos e assistentes virtuais que filtram e organizam informações de acordo com suas preferências.
A influência da IA também se estende ao setor automotivo, com 46% dos entrevistados ansiosos para que seus carros tenham capacidade de direção autônoma. Isso sinaliza uma mudança cultural importante: para a geração beta, a noção de controle manual parece ultrapassada em diversas áreas da vida cotidiana, desde o transporte até a tomada de decisões.
O estudo ainda destaca o impacto econômico da inteligência artificial. O lançamento de novas tecnologias, como o sistema chinês DeepSeek, afetou as ações de empresas consolidadas em mais de US$ 1 trilhão. O cenário demonstra que a IA não é apenas uma tendência tecnológica, mas um fator que influencia diretamente a economia global.
Com a evolução da inteligência artificial e sua adoção em diversas áreas, a geração beta será a primeira a crescer totalmente imersa em um mundo digital, onde a interação com a IA será tão comum quanto o uso da eletricidade foi para gerações anteriores. A questão, segundo a pesquisa, é se essa nova realidade trará mais benefícios ou desafios.
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Eu discordo em bastantes partes, pois sempre vão ter as pessoas primitivas, os revolucionários e os hippies, falta até criar o termo TECNOPHOBIA e TECNOPHOBICOS.