Uma mão biônica inovadora utiliza a inteligência artificial (IA) para “conectar-se” ao corpo humano, ou seja, compreender melhor os comandos que a pessoa deseja realizar.
Batizada mia hand, a mão robótica foi desenvolvida pela empresa Prensilia. O aparelho tem componentes motores e sensoriais exclusivos que permitem ao usuário realizar 80% das atividades da vida diária.
“A aceitação da prótese é crucial para seu uso bem-sucedido”, diz o diretor-executivo da Prensilia, Francesco Clemente.
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Os especialistas desenvolveram a prótese para para ter apelo estético e ser totalmente personalizável.
“A mia hand foi criada para ser exibida e não escondida”, disse Clemente. “Queríamos que os usuários se orgulhassem do que são, em vez de se envergonharem do que perderam.”
A tecnologia havia sido sido relatada em 11 de outubro, na revista Science Robotics.
Sueca tinha problema com próteses, antes da mão biônica com IA
Karin, uma paciente sueca de 50 anos, sofreu um acidente agrícola e perdeu parte de seu braço direito, há cerca de duas décadas. A mulher sofria dores com uma antiga prótese.
“Era como se eu constantemente tivesse minha mão em um moedor de carne, o que gerava um alto nível de estresse, e eu precisava tomar altas doses de vários analgésicos”, relata a mulher.
Como a sueca sofria com próteses convencionais desconfortáveis e pouco úteis em sua vida cotidiana, ela passou por diversas cirurgias para integrar seu membro residual e a mão biônica, implantada em dezembro de 2018.
O aparato, que utiliza IA para entender comandos, além de funcional e mais confortável, também aliviou as dores de Karin.
“Tenho melhor controle sobre minha prótese, mas, acima de tudo, minhas dores diminuíram”, disse Karin. “Hoje preciso de muito menos medicamentos.”
O líder do estudo, Max Ortiz Catalán, chefe da pesquisa em próteses neurais no Instituto de Biônica da Austrália, informa que a mulher foi a primeira pessoa com amputação abaixo do cotovelo a receber esse braço.
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A dor diminuiu provavelmente porque, agora, Karin usa recursos neurais semelhantes aos utilizados com a mão biológica.
“O fato de ela ter sido capaz de usar sua prótese de forma confortável e eficaz em atividades diárias por anos é um testemunho promissor das capacidades de mudança de vida dessa nova tecnologia para indivíduos que enfrentam a perda de membros”, afirma Catalán.
Como os engenheiros desenvolveram a prótese
Uma equipe de engenheiros e cirurgiões desenvolveu uma interface humano-máquina que permitiu dois avanços principais:
- a fixação da prótese ao esqueleto de Karin via osteointegração; e
- a conexão elétrica com o sistema nervoso por meio de eletrodos implantados nos nervos e músculos.
A osteointegração é um processo pelo qual o tecido ósseo “abraça” o titânio e cria uma conexão mecânica sólida.
“A integração biológica de implantes de titânio no tecido ósseo cria oportunidades para avançar ainda mais no cuidado de amputados”, explica o pesquisador Rickard Brånemark, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA, que comandou a cirurgia.
O médico Paolo Sassu, do Centro de Pesquisa em Biônica e Dor, conduziu outra parte da operação para implantar a mão biônica. A cirurgia foi realizada no Hospital Universitário Sahlgrenska, na Suécia.
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O cirurgião rearranjou nervos e músculos do membro residual da paciente para fornecer mais fontes de informações de controle motor para a prótese.
O Brasil poderia ser o principal berço de produção tecnológica nesse seguimento, pois, temos um grande contingente de vítimas de traumas oriundos das causas mais diversas: temos um laboratório a céu aberto . O incentivo ao investimento em tecnologia é ridículo, se fosse destinado 1% do que se investe na lei Rouanet já teríamos um resultado expressivo. Pobre Brasil. Que inveja tenho dos Australianos.