A empresa de tecnologia Neuralink, do magnata Elon Musk, anunciou que vai retomar a instalação de implantes cerebrais em humanos. A decisão foi tomada depois de a companhia solucionar um problema técnico que impediu o primeiro paciente de controlar o cursor de um computador com o pensamento, há dois meses.
A Neuralink pretende criar uma comunicação direta entre o cérebro e computadores, inicialmente para devolver autonomia a pessoas com necessidades médicas, como tetraplégicos.
O dispositivo, do tamanho de cinco moedas empilhadas, é inserido no cérebro por meio de cirurgia invasiva e permite controlar aparelhos pela mente.
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“Agora estamos passando para nosso segundo paciente”, afirmou Musk durante uma conferência transmitida no X/Twitter, sua rede social. “Mas esperamos, se tudo correr bem, ter mais de cinco ainda neste ano.”
“Para a próxima fase de implementação, realmente queremos garantir que fazemos o máximo progresso possível entre cada paciente da Neuralink”, acrescentou.
Primeiro dispositivo da Neuralink foi implantado em janeiro
Em janeiro, a Neuralink implantou o primeiro dispositivo cerebral em Noland Arbaugh, de 29 anos, que ficou tetraplégico depois de um acidente de mergulho.
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Em março, a empresa divulgou um vídeo em que Noland joga xadrez on-line com uso de sua mente, mas não mencionou que alguns cabos revestidos de eletrodos haviam se retraído depois da operação.
Esses cabos são cruciais para capturar sinais neurais, e sua retração temporária impediu o paciente de controlar o cursor na tela. Em maio, a empresa informou ter solucionado o problema, depois de aprimorar o algoritmo para aumentar sua sensibilidade aos sinais neurais.
Nesta quarta-feira, 10, a Neuralink fez um balanço de seus avanços, incluindo a implantação de cabos mais profundos no cérebro para melhorar as capacidades dos pacientes. A expectativa é que, no futuro, a tecnologia possa devolver a mobilidade aos paralisados com um segundo implante na medula espinhal.
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Musk reiterou que essa tecnologia pode conferir “superpoderes” a humanos. Ele destacou que a Neuralink pretende aumentar a largura de banda da conexão entre o cérebro e o computador, pois, “para a simbiose entre humanos e inteligência artificial [IA], é muito importante poder se comunicar a uma velocidade que a IA possa acompanhar”.
Em maio, a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) concedeu autorização à empresa para realizar testes clínicos do implante.