Em seu artigo publicado na Edição 82 da Revista Oeste, Dagomir Marquezi mostra como os sistemas de inteligência artificial já são capazes de produzir obras de ficção.
“Pouca gente sabe, mas a palavra ‘robô’ nasceu numa peça de teatro escrita pelo tcheco Karel Capek, com o título RUR. Que significava ‘Os Robôs Universais de Rossumovi’. Na peça, autômatos humanoides são criados para obedecer aos humanos, mas se rebelam e extinguem seus criadores”, escreve Marquezi.
Leia outro trecho
“Exatamente um século após a estreia de RUR, um grupo de teatro tcheco homenageou a obra pioneira com um grande passo além: montou a primeira peça escrita por um computador. O projeto foi batizado de TheAItre — um trocadilho misturando ‘teatro’ com a sigla de inteligência artificial. Os produtores deixaram claro que a obra é mais um conjunto de diálogos do que uma narrativa propriamente dita. Mesmo assim, a perspectiva que levanta é de dar vertigem.
O processo consistiu em entregar ao computador (atuando com um sistema de inteligência artificial GPT-2, da empresa OpenAI) um prompt. Uma espécie de gatilho da narrativa. O primeiro prompt dizia: “Olá, sou um robô e é um prazer convidar você a assistir a uma peça escrita por mim”. A partir daí, o programa escreveu mil palavras por conta própria.
Segundo reportagem da revista Science, o programa escreveu a peça inteira de uma vez. Os produtores então quebraram esse texto em oito cenas curtas. Cada cena continha o diálogo entre apenas dois personagens, com pequenas correções técnicas. Mesmo assim, essas intervenções representam apenas 10% da peça. E 90% do script final foi concebido pelo computador.”
Revista Oeste
Além do artigo de Dagomir Marquezi, a Edição 82 da Revista Oeste traz reportagens especiais e textos de J.R. Guzzo, Augusto Nunes, Guilherme Fiuza, Rodrigo Constantino, Ana Paula Henkel, Ubiratan Jorge Iorio, entre outros.
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