Depois de ir parar no pronto-socorro ao sentir palpitações no coração durante um treino de basquete, o jovem Keiton Victor de Araújo Silva, de 15 anos, explicou como a inteligência artificial ajudou a salvar a sua vida.
De acordo com o jovem jogador de basquete, ele não tinha histórico de problemas cardíacos que explicasse a taquicardia que sofreu. Porém, depois de descobrir o motivo que o fez ir parar no hospital, Keiton afirma que foi uma inteligência artificial que ajudou os médicos a diagnosticarem o problema: o atleta estava com uma síndrome de Wolf-Parkinson-White.
“Senti dor no coração mesmo, aí corremos para o hospital”, lembra o jovem. “Por três vezes, eu realizei um eletrocardiograma, no entanto, um diagnóstico realizado com inteligência artificial foi o que salvou a minha vida.”
Como a inteligência artificial salvou a vida do jovem jogador de basquete
Os médicos analisaram os resultados do eletrocardiograma de Keiton em conjunto com o Kardia, um programa de inteligência artificial que compara os exames com uma base de dados e destaca pontos de atenção para o médico que vai emitir o laudo.
O Kardia funciona como uma caneta marca-texto e ressalta aspectos importantes que poderiam passar despercebidos durante uma rápida leitura dos exames.
E foi justamente esse sistema que ajudou os cardiologistas a detectarem a síndrome de Wolf-Parkinson-White no jovem de 15 anos, depois que os exames dele mostraram picos de pressão de mais de 300 batimentos por minuto.
Depois de realizar uma pequena cirurgia para reparar o ploblema nas estruturas do coração, Keiton voltou a jogar basquete e, segundo a mãe do jovem, Eliane Martins, ele está “curado e já retomou suas atividades”.
O que é a síndrome de Wolf-Parkinson-White?
Em contato com o Metrópoles, a cardiologista Ximena Ferrugem Rosa, responsável pelo tratamento de Keiton, explica que a doença é como uma interferência elétrica no coração.
“Nosso coração possui um sistema elétrico que coordena os batimentos cardíacos”, afirma a médica, que é especialista em arritmias e atua no Hospital Brasília Unidade Águas Claras. “As pessoas com a síndrome têm um fio extra, que aumenta a tensão deste sistema e facilita os curtos-circuitos.”
Segundo Ximena, uma malformação congênita, que reduz a eficácia do coração, é o que causa a doença, fazendo com que o órgão sempre trabalhe em descompasso.
Dependendo da gravidade, o Wolf-Parkinson-White pode facilitar infartos e até mortes súbitas, e os indíviduos com a síndrome podem apresentar palpitações, falta de ar, dor no peito e desmaios.
Por conta do impactos no coração, uma das restrições impostas para pessoas com a doença é a atividade física.