O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na sexta-feira passada, 6, que os bancos podem compartilhar dados bancários com autoridades fiscais estaduais. Essa decisão, aprovada em uma votação apertada de 6 a 5, está gerando debates sobre privacidade e fiscalização.
Os ministros do STF validaram o convênio do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), o qual obriga instituições financeiras a informarem os Fiscos estaduais sobre operações realizadas via Pix e cartões de débito e crédito. O objetivo é aprimorar a eficiência na fiscalização do ICMS.
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O Confaz é composto de secretários de Fazenda de todos os Estados e do Distrito Federal e é presidido pelo Ministério da Fazenda. A medida foi contestada pelo Conselho Nacional do Sistema Financeiro (Consif), que argumentou que a ação viola as leis de sigilo bancário ao impor novas obrigações no processo de recolhimento do ICMS.
A ministra Cármen Lúcia, relatora do caso, votou a favor da constitucionalidade do convênio. Ela enfatizou que “o sigilo dos dados bancários deve ser preservado pelas autoridades fiscais” e que a privacidade garantida pela Constituição “não é absoluta”. Ela destacou que essa flexibilização é necessária para a eficiência da fiscalização tributária.
Opiniões divergentes entre ministros do STF
Por outro lado, o ministro Gilmar Mendes votou contra a constitucionalidade, expressando preocupações sobre a proteção das informações pessoais. Ele defendeu a ideia de que deveriam existir regras mais rigorosas para evitar o acesso irrestrito aos dados bancários, protegendo os direitos dos contribuintes. Outros magistrados do STF que votaram contra foram Cristiano Zanin, Luís Roberto Barroso, Nunes Marques e André Mendonça.
A decisão do STF significa que os dados bancários dos cidadãos brasileiros poderão ser compartilhados com as autoridades fiscais estaduais para fins de fiscalização tributária. A ministra Cármen Lúcia destacou que a obrigação de preservar o sigilo dos dados continua com as autoridades fiscais, que devem usar essas informações exclusivamente para a fiscalização do ICMS.
A decisão dividida dos ministros do STF reflete a complexidade da questão. De um lado está a necessidade de aumentar a eficiência da fiscalização tributária, de outro está a proteção dos direitos individuais e da privacidade dos dados dos contribuintes. Esta medida visa a garantir maior eficiência na arrecadação do imposto, especialmente com o crescimento das transações eletrônicas, como Pix e cartões de crédito.
Com o aumento das transações eletrônicas e a evolução dos métodos de pagamento, a medida visa a assegurar que todas as operações sejam monitoradas de perto para evitar a sonegação fiscal. No entanto, é essencial que as autoridades fiscais cumpram rigorosamente seu papel de proteger o sigilo dos dados, garantindo a segurança e a privacidade das informações dos contribuintes. A decisão do STF promete impactar significativamente a relação entre cidadãos e fisco no Brasil.
O compartilhamento de informações do cidadão com a Receita Estadual não atinge as pessoas físicas. As Receitas Estaduais só fiscalizam empresas, mais especificamente o ICMS e o acesso às informações serve para verificar empresas que possam estar efetuando vendas para consumidor final sem emissão de nota fiscal.
O sigilo dos dados do cidadão é garantido por lei da mesma forma que o das empresas, aos quais as Receitas Estaduais já têm acesso.
Resta saber se a liberação é ampla e geral ou só para determinados grupos de contribuintes.
Não era mais fácil só permitir o pagamento por cartão na maquininha após a emissão do Cupom ou Nota Fiscal? Automaticamente se evita a venda sem a emissão de documento fiscal. Muito mais simples e efetivo!