O Ministério da Agricultura registrou o primeiro caso de gripe aviária em Minas Gerais. Trata-se de uma versão de menor gravidade da doença, encontrada em um pato de vida livre da espécie Cairina moschata, na cidade de Pará de Minas.
A gripe do pato de Minas Gerais é a influenza aviária H9N2, considerada de baixa patogenicidade. A variação da doença que mais preocupa é a H5N1, de alta patogenicidade.
“Vida livre, geralmente, é uma denominação aplicada ao animal selvagem”, explica Luizinho Caron, veterinário da unidade dedicada a aves e suínos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). De acordo com o especialista, o termo baixa patogenicidade é porque causa menos danos ao animal doente e, consequentemente, é menos letal.
Porém, o veterinário da Embrapa Aves e Suínos deixa claro: “Entre os tipos de gripe aviária de baixa patogenicidade, H9N2 é uma das mais comumente encontradas em aves domésticas em outras partes do mundo”. De todo modo, o caso de gripe aviária de Minas Gerais não afeta a indústria. As criações comerciais seguem livres da doença.
Os criadores mineiros estão entre grandes produtores brasileiros de ovos de galinha, ocupando a terceira posição na ranking nacional. Manter a doença fora da operação comercial é preservar uma rede capaz de produzir 4,3 bilhões de ovos por ano. Além disso, o Estado é o quarto maior produtor de carne de frango do país, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal.
Gripe aviária no Brasil
Além do caso de gripe aviária de baixa de patogenicidade de Minas Gerais, o governo federal confirmou 19 notificações da versão de alta patogenicidade da gripe aviária até o momento. Todos em pássaros silvestres.
Os primeiros pássaros contaminados com H5N1 foram encontrados no Espírito Santo — são 13 focos, desde então. Também existem notificações no Rio de Janeiro (5) e no Rio Grande do Sul (1).
Humanos e a gripe aviária
A ingestão de carnes e ovos não transmite a doença para humanos. O homem adquire a gripe aviária através do contato com aves infectadas ou com os excrementos dela. Por esse motivo, o contágio dos humanos geralmente ocorre com aqueles que lidam com as criações sem os devidos cuidados — e a contaminação é rara. Ainda assim, ela preocupa, porque metade dos doentes morre.
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