Pela primeira vez, as Filipinas foram o principal destino das exportações de carne suína do Brasil. De acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgados nesta sexta-feira, 8, o país importou 206 mil toneladas de carne suína brasileira de janeiro a outubro deste ano.
O volume representa um aumento de 103,3% em relação ao mesmo período de 2023. Esse crescimento consolidou as Filipinas como o maior mercado para o produto, à frente inclusive da China, que foi líder nas importações por muitos anos.
No total, as exportações brasileiras de carne suína somaram 130,9 mil toneladas em outubro, o segundo maior volume mensal da história do setor. O número representa um crescimento de 40,7% em relação ao mesmo mês de 2023, quando foram exportadas 93 mil toneladas.
+ Leia mais de Agronegócio em Oeste
Além do volume, o desempenho do setor foi notável em termos de receita: em outubro, o Brasil arrecadou US$ 313,3 milhões com a exportação de carne suína, um aumento de 56,4% em comparação aos US$ 200,3 milhões registrados em outubro de 2023. O montante também é o maior já alcançado para o mês.
Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal comenta recorde histórico das exportações de carne suína em outubro pic.twitter.com/jCaaEHhSNX
— Revista Oeste (@revistaoeste) November 8, 2024
A carne de porco do Brasil ao redor do mundo
Além do crescimento do consumo filipino, o mercado chinês registrou queda significativa nas importações, com redução de 40,6% das importações em comparação a 2023, no total de 199,9 mil toneladas. Apesar disso, a China permanece como um dos maiores importadores de carne suína do Brasil.
Leia mais:
Segundo Ricardo Santin, presidente da ABPA, a mudança no principal destino das exportações reflete a diversificação e expansão dos mercados consumidores de carne suína brasileira.
Outros países também mostraram crescimento nas importações de carne suína brasileira. O Japão, por exemplo, registrou alta de 137,2%, com 75,8 mil toneladas importadas, enquanto o Chile ampliou suas compras em 33,9%, com 92,5 mil toneladas.
Hong Kong, no entanto, viu uma queda de 11,8% nas importações.
Em nota, Santin disse que “o setor está ampliando a capilaridade das suas exportações e, em outubro, a maioria dos dez principais importadores apresentou crescimento expressivo”, o que põe o Brasil em um “novo patamar de sustentabilidade comercial”
Desempenho acumulado em 2024
No acumulado do ano, de janeiro a outubro, as exportações brasileiras de carne suína mostram crescimento. O país exportou 1,12 milhão de toneladas no período, um ganho de 10,7% em relação ao 1,01 milhão de toneladas exportadas no mesmo intervalo de 2023.
Leia também: “Preço da carne registra maior alta dos últimos quatro anos”
Já a receita aumentou 5,2%, para um total de US$ 2,48 bilhões, contra US$ 2,36 bilhões no ano passado.
No cenário regional, Santa Catarina continua sendo o maior exportador de carne suína do Brasil, com 68,6 mil toneladas enviadas em outubro, um crescimento de 45,7% em relação ao mesmo mês de 2023.
O Rio Grande do Sul se manteve como o segundo maior exportador, com 27,6 mil toneladas, em alta de 25,6%, seguido pelo Paraná, que produziu 20,6 mil toneladas, um crescimento de 44,5%.
Mato Grosso, no entanto, mostrou queda de 19,2% nas exportações, enquanto Mato Grosso do Sul apresentou crescimento significativo, de 54,6%.
Leia também: “Não falta carne”, artigo de Evaristo de Miranda publicado na Edição 229 da Revista Oeste
Diversificação de mercados é essencial! O predomínio de “grande ou maior” comprador pode gerar especulações e manipulações
Parabéns ao agro suíno pelos esforços de expansão de mercados!
Muito boa reportagem
Sim! Bem completa!