A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) solicitou um empenho extra do governo federal para assegurar R$ 15 bilhões de orçamento para a subvenção do Plano Safra 2021/22 e outro R$ 1,6 bilhão para o seguro rural, devido aos altos custos de produção das principais culturas este ano.
“A safra 2021/2022 será um grande desafio”, afirma o presidente da CNA, João Martins. “Os custos de produção têm subido significativamente, as taxas de juros estão em ascensão e a expectativa com os indicadores macroeconômicos tem piorado. Isso tende a deixar os financiadores mais seletivos”.
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A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, solicitou à equipe econômica, o mesmo valor pedido pela CNA, R$ 15 bilhões, mas ainda não houve definição. Para a safra 2020/21, são R$ 11,5 bilhões para a equalização dos juros do crédito rural, informou nesta quarta-feira uma reportagem do jornal Valor Econômico. Para o seguro rural, a previsão do orçamento de 2021, até agora, é de R$ 976,2 milhões. A CNA pede R$ 1,6 bilhão, além de um reajuste de 25% nos valores da subvenção aos produtores rurais.
Ao invés de sugerir reduções pontuais das taxas de juros do crédito rural, a entidade sugere, em documento entregue nesta quarta-feira, 19, à ministra, reduzir os percentuais de custos administrativos e tributários (CAT) recebidos pelas instituições financeiras, além de alterações na regulação prudencial do Banco Central, que pode aumentar a oferta de financiamentos em R$ 60 bilhões.
As propostas da entidade incluem também manter os percentuais obrigatórios que os bancos têm que disponibilizar ao financiamento rural e o aumento, nos recursos captados com Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), de 35% para 50%. A CNA também solicita prioridade aos programas de investimentos aos pequenos e médios produtores (Pronaf e Pronamp), por meio de diversas iniciativas.
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