Em março, o faturamento com as exportações da agropecuária brasileira ultrapassou US$ 8 bilhões. O resultado é o melhor já registrado para um mês, revelou um levantamento realizado por Oeste com base na série histórica mantida pelo Ministério da Economia, iniciada em janeiro de 1997.
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O aumento da procura impulsionou o recorde, observa Antonio Luz, economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul. Apesar desse crescimento, os países compradores permanecem praticamente os mesmos que em março de 2021.
“Somos um país com grande capacidade de produção, qualidade e preço competitivo”, argumenta Luz. “Assim como há uma corrida pelo dólar nas crises, também existe um corrida dos países para o mercado brasileiro para garantir o abastecimento de alimentos”.
A invasão russa à Ucrânia elevou a procura pela produção agrícola brasileira, afirma Hugo Garbe, economista-chefe da G11 Finance e professor do curso de Economia e Finanças da Universidade Mackenzie.
“Rússia e Ucrânia são grandes exportadores de commodities agrícolas”, afirma Garbe. Ele destaca que o conflito faz com que outros países procurem o mercado brasileiro para suprir a demanda. O especialista ressalta que a Ucrânia, por exemplo, é uma grande exportadora de soja e que o Brasil está entre os maiores fornecedores globais do grão.
Nas exportações da agropecuária brasileira, a soja tem lugar de destaque. Dos pouco mais de US$ 8 bilhões faturados no mês passado, US$ 6,5 bilhões vieram por meio desse grão. O preço médio do produto em março deste ano ficou em cerca US$ 530 dólares por tonelada. No mesmo período de 2021, estava em US$ 400.
O valor acima dos US$ 500, contudo, teve início em setembro de 2021 — antes mesmo da guerra. Isso pode ser explicado pela pressão causada pela pandemia. “Não é apenas a guerra, a pandemia inflacionou o preço de todas as commodities do mundo”, explica Garbe.
5 principais destinos das exportações da agropecuária
A China ainda é o maior comprador de produtos agrícolas brasileiros. Em março, foram US$ 4,6 bilhões. Na sequência, aparecem Espanha (US$ 310 milhões), Turquia (US$ 250 milhões), Vietnã (quase US$ 240 milhões) e Holanda (próximo de US$ 220 milhões).
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