A pecuária de corte brasileira viveu um ano desafiador no país.
Com a continuidade da pandemia, acarretando o aumento dos custos de produção, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) avalia que 2021 foi um ano de “grande experiência”.
Números
De janeiro a novembro deste ano, o Brasil exportou quase um 1,7 milhão de toneladas de carne bovina.
O volume representa 8% a menos na comparação com o mesmo período de 2020 (1,8 milhão de toneladas).
Mesmo assim, em receita, houve um ganho de 9,4%, passando de USS 7,7 bilhões para US$ 8,4 bilhões.
O preço médio melhorou ainda mais: 19%, saltando de US$ 4,2 mil por tonelada para US$ 5 mil.
Avaliação
Para o presidente da Abiec, Antônio Jorge Camardelli, houve um saldo positivo neste ano, em relação às perspectivas deixadas pelo período anterior.
“Foi um ano difícil, mas foi um ano bom. Nós vamos de novo bater o recorde em relação à receita e ao preço médio, que é importante, com 16% a mais em relação ao preço médio do ano passado”, disse em entrevista ao Canal Rural.
Carne para a China
O principal imprevisto nas exportações brasileiras foi a interrupção de compras de carne bovina pela China, depois do aparecimento de casos suspeitos do mal da vaca louca. O embargo durou praticamente 100 dias, mas, segundo a Abiec, a situação foi resolvida antes que pudesse causar um prejuízo muito maior.
“Talvez o maior prejuízo que a gente pudesse ter com essa paralisação e reabertura do mercado chinês fosse a ausência por muito tempo do nosso produto na compra. Esse é um processo que tem muito desgaste e com custo altíssimo para recuperar”, afirmou Camardelli.
Entretanto, o produto brasileiro ficou muito pouco tempo fora das gôndolas, disse o representante da Abiec. “A gente continua lá e talvez esse seja o grande objetivo de um retorno eficiente dentro das comprovações técnicas, que é não fugir do olho do consumidor num mercado tão demandante e tão competitivo”, explicou.