Pouco papel e ainda menos lucro — assim fecharam as operações da Suzano em 2023. Um dos gigantes do agro brasileiro, a empresa perdeu 20% das receitas, em comparação ao ano anterior. Ao mesmo tempo, a redução no volume de vendas foi cerca de sete vezes menor, fechando com queda de 3%. A celulose — principal ativo da companhia — foi o grande vilão no caixa.
A Suzano divulgou os resultados na quarta-feira 28, logo depois do encerramento do pregão da Bolsa de Valores do Brasil (B3). Entre papel e celulose, a empresa vendeu 11,5 milhões de toneladas ao longo de 2023 — cerca de 400 mil toneladas menos que em 2022.
Com a redução nas vendas, a receita de 2023 baixou para pouco menos de R$ 40 bilhões. Trata-se de uma perda de R$ 10 bilhões sobre os quase R$ 50 faturados no ano anterior.
Suzano: papel e celulose
O resultado menor veio com a queda nas operações da celulose vendida pela empresa. De acordo com os documentos do grupo, o faturamento com esse produto despencou 26%. O maior peso para a redução foi do preço médio por tonelada, que ficou 20% menor.
Por outro lado, a receita com o papel até aumentou 7%, mas sua influência no caixa é muito menor. De cada R$ 100 de faturamento da companhia, R$ 77 vêm da celulose.
Lucro apesar da perda
Mesmo com menos faturamento, esse gigante do agro brasileiro não fechou o caixa no prejuízo. A companhia terminou 2023 com o lucro líquido de R$ 5,8 bilhões — e se manteve com presença global.
Aliás, o grande negócio da Suzano é exportar. Quase R$ 90 a cada R$ 100 da receita do grupo em 2023 vieram do mercado externo.