As estruturas para armazenagem de grãos que explodiram no Paraná na quarta-feira 26 foram construídas entre as décadas de 1970 e 1980. A informação é da C.Vale, cooperativa dona do complexo que compreende armazéns e silos onde ocorreu o acidente.
De acordo com a C.Vale, as explosões envolveram quatro estruturas de armazenagem na cidade de Palotina, Paraná. Trata-se de armazéns, uma vez que foram construídos na horizontal — os silos são estruturas cilíndricas dispostas na vertical.
A empresa, entretanto, não informou exatamente quantas delas eram de cada data. Contudo, ela informou que essas mesmas edificações haviam passado por atualizações para “adequações às normas de segurança e de tecnologia, com a instalação de equipamentos de termometria que permitem monitorar remotamente as condições de conservação dos grãos”.
O que causa as explosões em silos e armazéns
As explosões como as que aconteceram no Paraná podem ter relação com a poeira formada pelos grãos no lugar, conforme explica o ph.D. e engenheiro agrônomo Flávio Lazzari. Ele é especialista em manutenção da qualidade, quantidade e valor de produtos armazenados.
“Normalmente elas são denominadas explosões de poeira”, comentou. De acordo com Lazzari, quando o pó oriundo dos grãos fica acumulado em estruturas de transporte, ele pode acabar servindo como combustível para esses acidentes.”
Segundo o especialista, o excesso desse pó pode pegar fogo com uma faísca e explodir. Ele explicou que, nesses casos, as explosões ocorrem em cadeia, com a força sempre aumentando. “Os danos causados às estruturas são incríveis”, disse.
Estruturas no Brasil
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, existem 6,5 mil silos e 2,5 mil armazéns no país. Juntos, elas possuem a capacidade de armazenar 170 milhões de toneladas.
Mato Grosso possui a maior capacidade de armazenagem com esses tipos de estruturas no Brasil. São quase 45 milhões de toneladas. O Estado é o maior produtor nacional de grãos.
Na segunda posição, aparece o Rio Grande do Sul, com capacidade para estocar 32 milhões de toneladas. O terceiro lugar ficou com o Paraná (29 milhões de toneladas), Estado em que houve uma explosão no complexo com silos e armazéns na última quarta-feira, 26.