A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está testando no Nordeste o primeiro tomate rasteiro híbrido desenvolvido no Brasil. Os resultados mostram boa adaptação do exemplar. A produção está acima da média nacional.
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Desde 2020, a Embrapa Alimentos e Territórios tem feito testes no Estado de Alagoas. No primeiro plantio do BRS Sena, nome dado à planta em estudo, a colheita chegou a 70 toneladas por hectare. A média nacional é de 56 toneladas por hectare, conforme revelam os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Na região, as temperaturas variam de 25 a 35 graus. Nesse ambiente, as plantas são submetidas a condições fisiológicas extremas. “Por isso, ninguém acreditava que seria possível produzir lá”, comenta Flávia Teixeira, engenheira agrônoma da Embrapa Hortaliças, que também atua na Embrapa Alimentos e Territórios.
Flávia disse que o processo está no início. “Estamos apenas começando”, explicou. Dentro da Embrapa, a pesquisadora é responsável por apoiar o desenvolvimento da horticultura no Nordeste. De acordo com a estatal, a região não tem tradição na produção de algumas hortaliças, em razão do calor intenso e do excesso de umidade, que propiciam a ocorrência de doenças e dificultam a produção.
Carolina Carnaúba, produtora do tomate da Embrapa, se mostrou animada com a adaptação do plantio na região. Ela argumenta que Alagoas tem vocação turística e que o Estado compra fora cerca de 80% do que consome.
Além disso, Carolina elogia resultado alcançado. “Trata-se de uma espécie diferenciada para produção de molhos e que nos surpreendeu muito positivamente, tanto que estamos ampliando a produção”, comemorou.
Os trabalhos de campo são realizados pela estatal há três anos em Alagoas. O tomate tem chamado mais a atenção de produtores pelo seu potencial de agregação de valor. A lista de testes da empresa no Estado inclui cultivos de cenoura, pimenta e alho.
“A parceria entre a Embrapa Alimentos e Territórios e a Embrapa Hortaliças está sendo muito benéfica para Alagoas e para a Região Nordeste”, afirmou João Flávio Veloso, chefe-geral da unidade sediada em Maceió. “Certamente outras inovações virão, e quem ganha com isso são os produtores e os consumidores de alimentos.”
A Embrapa deveria ser laureada em algum fórum internacional sobre produção de alimentos. Vejam isso agora: Conseguiu desenvolver uma cultivar de tomate rasteira que deu certo até no nordeste, um lugar daquele que não produz nada!
Tomate é um importante fator nutricional. Parabéns à Embrapa.