As autoridades que regulam o mercado uruguaio impediram a venda de três frigoríficos da Marfrig para a Minerva Foods. As duas empresas são gigantes do agro brasileiro e mantêm ligações com a Família Real da Arábia Saudita.
De acordo com os comunicados publicados pelos gigantes do agro brasileiro, a Comisión de Promoción y Defensa de la Competencia (Comissão de Promoção e Defesa da Concorrência, em tradução livre) não aprovou a venda dos frigoríficos de abate de bovinos nas cidades uruguaias de Colônia, Salto e San José. O órgão equivale ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica do Brasil.
Juntos, os três frigoríficos da Marfrig no Uruguai valem R$ 675 milhões. A transação faz parte de um acordo maior. Por meio dele, foram transferidos ativos no Chile, na Argentina e no Brasil, o que movimentou R$ 7,2 bilhões — sem contas as unidades uruguaias.
Os gigantes do agro brasileiro e a Família Real saudita
A Família Real saudita detém 30% das ações da Minerva. Trata-se da maior participação individual na companhia — superando, inclusive, as cotas dos fundadores do negócio. As ações da realeza árabe estão sob gestão do Salic — o fundo de investimento dos sauditas para investir na produção de alimentos ao redor do globo.
Por meio do Salic, a Família Real da Arábia Saudita também possui cerca de 10% da BRF. Dona de marcas como Sadia e Perdigão, esse gigante do agro brasileiro está sob controle acionário da Marfrig — dona de mais da metade das ações dessa companhia.