A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) estima que as exportações de carne bovina para a China devem ser retomadas neste mês de março. As vendas do produto brasileiro para o mercado chinês estão suspensas desde 22 de fevereiro. A medida ocorreu em razão de um caso de mal da vaca louca encontrado no Pará.
Um acordo firmado entre os dois países obriga o Brasil a promover o autoembargo dos embarques para os chineses sempre que um caso da doença for descoberto no território nacional.
Em entrevista concedida a Oeste, José Augusto Castro, presidente executivo da AEB, disse que “as relações dos governos brasileiro e chinês estão em um ótimo momento”. Além disso, ele explicou que o Pará não está entre os Estados do Brasil que mais exportam carne bovina para a China, e que o animal encontrado desenvolveu uma forma atípica da doença. Portanto, não é uma variação contagiosa e nem fatal. O Ministério da Agricultura confirmou esse diagnóstico nesta sexta-feira, 3, depois de exames realizados em um laboratório em Alberta, no Canadá.
A retomada das exportações de carne bovina depende da aprovação do governo da China. Entretanto, o temor dos importadores asiáticos ocorre em razão da forma clássica do mal da vaca louca — que é transmissível e fatal. Agora, cabe ao governo brasileiro comunicar os chineses do resultado para a forma atípica da vaca louca, para resolver a questão.
Carne bovina do Brasil na China
Dos US$ 13 bilhões que o Brasil faturou com vendas de carne bovina no mercado externo em 2022, US$ 8 bilhões vieram da China. Ou seja: o mercado chinês foi responsável por cerca de 60% de toda a receita dos embarques brasileiros do setor. Desse modo, o gigante asiático é o principal destino internacional para os produtores nacionais.