A concessionária Fraport protocolou um pedido para retomar pousos e decolagens no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, a partir de 21 de outubro. A empresa divulgou a informação nesta segunda-feira, 29. O governo federal já havia previsto a reabertura parcial do terminal para outubro, com a operação completa esperada para dezembro.
Segundo o portal g1, a empresa informou que pode alterar a data por causa de fatores como “condições climáticas favoráveis”. A Fraport declarou que a recuperação da pista está em andamento, com 75% dos 3,2 mil metros danificados pela enchente já restaurados. A conclusão das obras está prevista para a segunda quinzena de outubro.
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Depois da finalização das obras e da liberação dos órgãos competentes, as companhias aéreas determinarão a retomada das operações no aeroporto. Atualmente, o Salgado Filho está aberto apenas para check-in, enquanto as companhias realizam os voos na Base Aérea de Canoas.
As obras na pista começaram em 13 de julho, depois da limpeza e do diagnóstico dos danos. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, confirmou a retomada parcial. A recuperação inclui 1,3 mil metros da pista e 20 mil metros² do Pátio 1, além das áreas de taxiamento.
Uma terceira fase das obras está programada para outubro. A ação deve focar em 1,2 mil metros da pista e outras áreas de taxiamento que não estão em uso.
Solo do Aeroporto de Porto Alegre é úmido
O engenheiro civil Felipe Brasil Viegas, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), analisou a situação da pista e destacou que a localização do aeroporto, em uma várzea alagadiça, contribui para os problemas enfrentados.
“O terreno no qual a pista está implantada é um solo muito, muito ruim”, disse Viegas ao g1. “É um solo, sempre brinco, ótimo para plantar arroz. É um solo orgânico de argila mole, muito deformável. Quando é um solo melhor, rochoso, alteração de rocha, fica mais fácil.”
O solo da pista é composto de camadas de pedra rachão, concreto e asfalto, que totalizam cerca de 4 metros de altura. O engenheiro destacou que o alagamento pode ter comprometido essas camadas, exigindo reforços.
“O problema todo está em entender se o profundo alagamento que houve no Salgado Filho comprometeu as camadas de baixo, ou seja, esses 4 metros de aterro que têm ali”, explicou Viegas. “Se isso, de alguma maneira, foi carreado [levado de arrasto pela água], se isso cedeu, se isso deformou. Porque isso vai exigir naturalmente algum reforço.”
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O Aeroporto Salgado Filho reabriu para check-in e despacho de bagagens em 15 de julho, depois de 73 dias fechado por causa da enchente. O ministro de Portos e Aeroportos informou que a partir de outubro o terminal terá 50 voos diários e vai operar das 10h às 22h.