No município de São Vicente, no litoral paulista, um aluno da rede pública municipal de 14 anos foi cercado por um grupo de dezenas de jovens e agredido. O rapaz que é autista chegou a levar um golpe conhecido como “mata-leão”. A mãe da vítima disse à imprensa que seu filho “não conseguiu ter reação, simplesmente apanhou calado”.
O adolescente diagnosticado com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi agredido na Rua José Adriano Marrei Júnior, logradouro localizado no bairro Cidade Náutica, ao lado da Escola Municipal de Ensino Fundamental Pastor Joaquim Rodrigues da Silva, no município litorâneo de São Vicente.
A família de Saullo Neves Ferreira, o adolescente agredido, registrou um Boletim de Ocorrência sobre lesão corporal no 2º Distrito Policial de São Vicente. O caso agora está sob investigação da Polícia Civil.
O agressor não é aluno na escola de Saullo
Aline Neves, a mãe de Saullo, disse ao portal G1 que o filho foi agredido por outro adolescente que não estuda na mesma escola que Saullo, porém é irmão de uma colega de classe. A adolescente teria se desentendido com Saullo durante uma aula.
A família do aluno agredido disse que a estudante deu um tapa na cabeça de Saullo, que revidou com um empurrão. Mais tarde, o irmão da menina apareceu na porta do colégio a fim de “tirar satisfação” com o adolescente autista. A mãe de adolescente comentou sobre a agressão.
É muito difícil você ver o seu filho naquela situação e não poder fazer nada. Ele não conseguiu ter reação, simplesmente apanhou calado”.
No último dia 25 de setembro, Saullo, que vestia camiseta branca e calças jeans, foi cercado por um grupo de adolescentes à saída da escola. Momentos depois, Saullo parecia ter se livrado dos agressores, porém, pouco depois, levou um “mata-leão” de outro agressor, caindo no chão.
A mãe do adolescente agredido disse ainda que, depois dos atos de violência, ele ficou com medo de voltar à escola, principalmente pelo fato da aluna — irmã do agressor — permanecer na unidade de ensino de São Vicente.
“Meu filho, agora, está dentro de um quarto por medo. Ele não está se alimentando bem e quer ficar o tempo todo no escuro. Mas ele já está habituado aos professores, e não é justo para ele, que foi agredido, ser quem vai sair da escola”.
A prefeitura manifesta-se
Por meio de nota divulgada à imprensa, a Câmara Municipal de São Vicente disse que o caso ocorreu fora da escola; envolvendo, ainda, um adolescente — o responsável pelo “mata-leão” — que não é aluno da rede pública municipal de ensino.
A prefeitura disse também: “Os responsáveis pelos estudantes da Unidade Pastor Joaquim já foram convocados pela equipe gestora e houve reunião com o Conselho de Escola, que também acionou o Conselho Tutelar. A Seduc segue apurando os fatos para a busca da melhor solução para todos os envolvidos”.
Educar é fazer com que o educando aprenda, entre outras coisas, o valor de respeitar o próximo, bem como o de se fazer respeitar.
Através da Educação, quer seja a praticada em casa ou a aprendida nas ruas, me parece que, a idade do jovem irmão da menina que aplicou o mata-leão, não lhe permitiria mais não compreender as circunstâncias reais dos envolvidos na pendenga inicial.
O que nos permite entender que, por ele, existiu a pratica de uma autêntica covardia.
A menos que se trate de um alienado, todos nós, a partir de determinada idade, temos condições para reconhecer algumas das limitações de terceiros; o resto dependerá, naturalmente, de características pessoais.
Os Jovens não fazem idéia do que é ser um autista e de como devemos tratá-los.
Força para os pais deste garoto.