Como os anticoncepcionais afetam o olfato das mulheres? O Grupo Boticário começou em fevereiro um projeto de pesquisa, em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein, para mapear como o uso de contraceptivos hormonais podem afetar esse sentido nas usuárias.
O novo objetivo do grupo empresarial começou com um processo seletivo, que durou sete meses. Ele incluiu a avaliação do currículo lattes e entrevistas conduzidas tanto por equipes do Boticário como do Einstein.
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A selecionada para conduzir a pesquisa “Grupo Boticário: Estudo da Relação do Olfato Feminino e Contraceptivos” foi Patrícia Gonçalves, que é ph.D. em neurociência.
Patrícia também é mestre e doutora em neurociências e comportamento pela Universidade de São Paulo (USP).
“Sou fascinada pelo olfato”, disse a pesquisadora à revista Época Negócios. “Todo o meu doutorado foi uma imersão sobre a ligação entre o olfato e o comportamento humano. Agora, fico muito feliz em ter a oportunidade de investigar esta faceta da saúde da mulher, para compreender como o seu bem-estar pode ser especificamente afetado pelo uso de contraceptivos.”
Como será a pesquisa que tenta descobrir se anticoncepcionais afetam o olfato das mulheres
A pesquisa sobre como os anticoncepcionais afetam o olfato das mulheres será realizada pelo Centro de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, lançado no ano passado em São Paulo com investimento de R$ 700 milhões, e o Centro de Pesquisa do Olfato (CPO) do Grupo Boticário, que foi criado em 2021.
O estudo será desenvolvido ao longo de 12 meses, dentro do Eretz.bio Biotech, uma incubadora de startups de biotecnologia do Hospital Israelita Albert Einstein.
Dois grupos de mulheres participam do experimento. O primeiro, daquelas que fazem uso de anticoncepcionais orais combinados (com estradiol + progestagênio) por ao menos três meses, e um segundo grupo que não faz uso de contraceptivos hormonais há mais de três meses, com ciclo menstrual regular.
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As participantes do estudo estão na faixa etária de 18 a 40 anos e não possuem hábitos de saúde que alterem o olfato por si sós – como fumantes, pacientes que fazem uso de medicamentos que alterem o desempenho olfativo ou mulheres diagnosticadas com covid longa.
Segundo a pesquisadora Patrícia, há indícios científicos que sugerem que o uso de anticoncepcionais diminui a sensibilidade do olfato das mulheres. Entretanto, ainda não há nada conclusivo.
“Esperamos que a nossa pesquisa traga mais conhecimento sobre o assunto e contribua para chegarmos a conclusões completas sobre o tema”, disse ela.