Um morador de Rolândia (PR) processou a casa de apostas esportivas Betfair e seus principais garotos-propaganda, os ex-jogadores da Seleção Brasileira Ronaldo e Rivaldo. Ele alega que não consegue acessar nem movimentar sua conta, na qual teria depositado R$ 10 mil. No entanto, a Justiça do Paraná negou o pedido.
No processo ao qual o portal Metrópoles teve acesso nesta quinta-feira, 6, o advogado Agnaldo Utuari Martins Junior afirmou que se cadastrou na plataforma depois de ser influenciado por propagandas que contavam com a participação dos ex-jogadores.
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De acordo com o apostador, a conta foi bloqueada logo depois do depósito, o que impediu Junior de acessar ou movimentar o valor. A Betfair alegou que a conta foi bloqueada pois Agnaldo não apresentou comprovação de que os recursos vieram de uma conta bancária registrada em seu nome.
A empresa afirmou que a ação foi tomada em conformidade com as normas da Secretaria de Esportes do Ministério da Fazenda, com o objetivo de prevenir crimes financeiros, como lavagem de dinheiro.
“Longe de agir de forma ilegal, abusiva ou desproporcional, a Betfair agiu com a diligência que é esperada do setor de jogos e apostas no Brasil”, informou a casa de apostas.
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Para resolver o problema, o apostador recorreu à Justiça e pediu uma tutela antecipada para que a Betfair reative sua conta em até 48 horas, sob pena de uma multa diária de R$ 5 mil. No entanto, em primeira instância, o juiz negou o pedido liminar e argumentou que não era possível comprovar que o bloqueio da conta havia sido indevido.
Martins entrou com recurso na tentativa de reverter a decisão. A Betfair alegou ter restabelecido o acesso à conta, o que, segundo a empresa, tornaria o processo sem propósito. O caso foi encaminhado para a segunda instância no Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), onde a tutela também foi negada em decisão monocrática.
Ronaldo e Rivaldo se manifestam
O apostador responsabilizou os dois ídolos brasileiros por ter sido, supostamente, influenciado por eles a confiar na “credibilidade” da Betfair. No entanto, nenhum dos dois possui participação na gestão nem sociedade da empresa.
As defesas dos ex-jogadores argumentam que não há legitimidade para que eles sejam réus no processo, pois sua atuação se limitou à de garotos-propaganda, sem nenhuma influência na gestão da empresa nem na decisão de suspender a conta.
Além disso, afirmam que sua função se restringe à de embaixadores da marca. Ronaldo também declarou que não possui nenhum controle sobre a plataforma e, portanto, não pode reativar a conta. Em suma, ambos desejam ser retirados do processo.
“Ronaldo não é sócio da Betfair e tampouco participa da distribuição de lucros da primeira agravada”, defendem os advogados do ex-jogador. “O agravado tenta transformar uma parceria publicitária em uma relação societária.”
A Betfair, por sua vez, defendeu-se ao destacar a legalidade de suas ações e negar qualquer responsabilidade pelo ocorrido. Também argumentou que não havia risco de dano. Até o momento, o recurso ainda não foi julgado.
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