Começou nesta segunda-feira, 18, o júri popular dos sete acusados de envolvimento na morte do jogador de futebol Daniel Corrêa Freitas. O julgamento é realizado no Fórum de São José dos Pinhais (PR), cinco anos depois do crime.
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Ao todo, 160 pessoas foram convocadas para o júri popular. Desse número, apenas sete foram selecionadas para o Conselho de Sentença — órgão responsável por julgar os réus.
Foram selecionadas quatro mulheres jovens, um homem de meia-idade, um jovem e um idoso para o júri do caso relacionado à morte do jogador.
O julgamento começou com a manifestação do Ministério Público do Paraná (MPPR). Depois dos debates, o júri popular vai para a fase chamada de quesitação — quando os jurados são questionados se condenam ou absolvem os réus.
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Eles podem fazer perguntas às testemunhas por meio do juiz. Posteriormente, eles realizam o julgamento.
São 20 testemunhas de defesa e cinco de acusação
Das testemunhas presentes no julgamento, 20 são de defesa e cinco de acusação. A primeira testemunha de acusação já foi ouvida. Sua fala durou cerca de uma hora e meia.
Os acusados pelo crime são:
- Edison Brittes Júnior: homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima), ocultação do cadáver, corrupção de menor e coação do curso do processo;
- Cristiana Rodrigues Brittes: homicídio qualificado (motivo torpe), fraude processual, corrupção de menor e coação do curso do processo;
- Allana Emilly Brittes: coação do curso do processo, fraude processual e corrupção de menor;
- David Willian Vollero Silva: homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e ocultação do cadáver;
- Eduardo Henrique Ribeiro da Silva: homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima), ocultação do cadáver e corrupção de menor;
- Ygor King: homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e ocultação do cadáver; e
- Evellyn Brisola Perusso: fraude processual.
Relembre o caso do assassinato do jogador Daniel
Em 27 de outubro de 2018, o jogador de futebol Daniel Corrêa Freitas, de 24 anos, foi encontrado morto, em uma área rural de São José dos Pinhais, município da Região Metropolitana de Curitiba. Segundo a polícia, o corpo do atleta estava parcialmente degolado e com o órgão genital decepado.
Ainda de acordo com os agentes, isso ocorreu depois de o jogador participar de uma festa de aniversário de 18 anos de Allana Brittes, em uma casa noturna, em Curitiba. Em seguida, ele foi até a casa da família Brittes.
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De acordo com a denúncia do MPPR, Daniel entrou no quarto de Cristiana Brittes, mãe de Allana, que estava dormindo. O jogador também tirou fotos ao lado dela. Ele chegou a enviar as imagens para um grupo de amigos.
Em um determinado momento, o marido de Cristiana, Edson Brittes Júnior, viu o jogador na janela do quarto. Naquele momento, ele foi até o cômodo e agrediu Daniel com outros homens que estavam na festa. Ele argumenta que sua mulher foi estuprada pelo atleta.
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Depois das agressões, Daniel foi colocado em um carro e levado até um matagal. Na sequência, ele foi mutilado e degolado. O corpo da vítima foi encontrado horas depois.
A família de Daniel, que mora no interior de Minas Gerais, viajou até o Paraná para acompanhar o julgamento.
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Daniel era meio-campista e atuou nas equipes de Botafogo, São Paulo, Coritiba, Ponte Preta e São Bento.