Boris Fausto é velado em São Paulo

O corpo de Boris Fausto, eminente acadêmico brasileiro, falecido nesta terça-feira, 18, na capital paulista, aos 92 anos, foi velado hoje. A cerimônia começou às 8 horas, na Funeral Home, na Avenida Paulista. Ex-alunos, amigos e leitores do historiador puderam prestar as últimas homenagens ao pesquisador, reconhecido como um dos maiores historiadores do país.

Quem foi Boris Fausto

Seu pai nasceu na Transilvânia e sua mãe, na Turquia; ambos judeus refugiados no Brasil. Boris Fausto nasceu na cidade de São Paulo, em 1930. Período crítico da história brasileira: era o fim da República Velha. Seu ingresso no meio acadêmico, no entanto, aconteceu no Direito. Fausto formou-se em Direito em 1953 e, em 1966, concluiu o seu mestrado em história, ambos os cursos na Universidade de São Paulo (USP). Galgou depois outros títulos acadêmicos — todos em história — e atuou como membro do corpo docente de importantes instituições de ensino superior.

Boris Fausto destacou-se não só como historiador, senão como escritor. Dentre as suas principais obras destacam-se: Revolução de 1930 — Historiografia e História, publicada em 1970, obra na qual analisa o fim da República Velha e a Revolução Constitucionalista; Historiografia da Imigração para São Paulo, de 1991, em que aborda a dinâmica da imigração, com as suas implicações econômicas, políticas e sociais; e O Crime do Restaurante Chinês: Carnaval, Futebol e Justiça na São Paulo dos Anos 30, de 2009.

O reconhecimento pela sua contribuição à historiografia e às letras nacionais veio sob a forma dos vários Prêmios Jabuti e outras honrarias recebidas pelo intelectual. Em 1999, Boris recebeu o Prêmio Anual das Américas. O historiador destacou-se também pelas suas pesquisas acerca da criminalidade na cidade de São Paulo. Em nota oficial, a reitoria da USP decretou luto oficial.