O projeto da Bertolini, transportadora em meios hidroviários e ferroviários, em parceria com a Valmont, empresa de produção de energia solar, é chamado Balsa-Açaí. A embarcação tem tecnologia brasileira e irá circular nos leitos dos rios Japurá, Solimões, Purus, Juruá e Madeira, no Amazonas. A obra busca ser sustentável.
Para a produção de energia, serão utilizados 675 painéis solares que revestem uma estrutura de 2 mil metros quadrados. Parte desse processo será utilizado para “alimentar” toda a fábrica. O restante, somado à produção dos geradores complementares a diesel, será estocado em baterias para outros fins.
A finalidade das empresas é construir uma indústria capaz de processar 20 toneladas de frutos e 12 toneladas de polpa congelada por dia, além de armazenar 300 toneladas do produto em seus refrigeradores. A balsa será totalmente off-grid, ou seja, sem ligação à rede elétrica.
Tratamento da água
O barco tem uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) capaz de manejar 15 mil litros de rejeito por hora. Assim, a intenção é que a água devolvida ao rio seja de qualidade superior em relação à captada para utilização primária.
Aumento da renda das comunidades ribeirinhas
A fábrica contribuirá para o aumento da renda das comunidades ribeirinhas em até 300%, o que movimenta R$ 5 milhões anuais, de acordo com a própria empresa. Além de criar 50 empregos diretos, a Transportes Bertolini irá comprar o açaí diretamente dos grupos ribeirinhos.
Açaí, o “ouro roxo” do Brasil
Conforme o relatório mais recente da Companhia Nacional de Abastecimento, a região norte corresponde a 92,1% da produção total do açaí no Brasil. A mesma análise mostra que a indústria do fruto produziu 1,6 milhão de toneladas, avaliadas em torno de R$ 3 bilhões. Até o momento, foram investidos R$ 20 milhões na obra, e a balsa está nas últimas fases de desenvolvimento.
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Fico aqui imaginando qual será o meio que as ONGs e o pessoal do meio ambiente vão encontrar para criticar esse projeto