As 17 crianças brasileiras, que estavam na Faixa de Gaza, e foram repatriadas na noite da segunda-feira 13 com outros brasileiros adultos, estavam sem se alimentar e sem tomar água. A informação é da tenente Thais Nascimento Costa, médica da Força Aérea Brasileira (FAB).
“As crianças estão estáveis, mas estavam sem se alimentar e sem tomar água”, declarou Thais à imprensa. “Uma teve amidalite há duas semanas e a irmãzinha dela contraiu uma virose, vomitou, se sentiu mal, mas, mesmo assim, fizeram um voo bom. Pedi um atendimento especializado, pois elas precisam de mais atenção para elas saírem sem nenhum problema.”
Ao todo, 32 pessoas, entre brasileiros e familiares, foram repatriados nesta noite de Gaza ao Brasil. Desse número, ao menos três crianças e uma gestante passam por atendimento médico. Todos desembarcaram em Brasília. Conforme a médica da FAB, os nacionais não tinham acesso à água potável e estavam se hidratando com água fervida.
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Apesar das dificuldades, de acordo com a tenente, a saúde do grupo está “bem”. O voo que trouxe os 32 repatriados contou com a ajuda de uma equipe de saúde, composta por uma psicóloga, um enfermeiro e um médico.
“Toda a equipe trabalhou em conjunto”, relatou a médica. “Para gente foi um prazer e uma honra. Quem estava recepcionando eles era o Exército na fronteira. Eles ficaram felizes
e as crianças estão felizes desde quando passaram pela fronteira. Compramos docinhos para elas e livros.”
O ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta, informou, antes do desembarque, que havia duas crianças desnutridas no avião. Militares constaram o quadro, depois de a aeronave pousar em Recife (PE), para abastecer. Na Base Aérea de Brasília, havia uma equipe médica esperando a chegada do grupo para atendimento.
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Como mostrou Oeste, a aeronave desembarcou no local às 23h25. No avião, havia 17 crianças, nove mulheres e seis homens. O avião chegou à capital federal, depois de uma série de paradas, sendo a mais recente na capital pernambucana.
Acompanharam o momento o presidente Lula, a primeira-dama, Janja Lula da Silva, e os ministros Flávio Dino (Justiça), Nísia Trindade (Saúde), Silvio Almeida (Direitos Humanos), Paulo Pimenta (Secom), e outros integrantes do primeiro escalão.
Próximos passos dos brasileiros que vieram de Gaza
Conforme o Palácio do Planalto, espera-se que o grupo permaneça em Brasília, por 48 horas, onde seus integrantes passarão por atendimento médico, que inclui vacinas previstas no Programa de Imunização do Ministério da Saúde, e assistência social, como alojamento e alimentação.
O governo informou ainda que vai oferecer a possibilidade de registro para aqueles que não tiverem documentos.
Depois desses procedimentos que são padrões, espera-se que essas pessoas dirijam-se para vários Estados, incluindo São Paulo, Mato Grosso e Santa Catarina. Outro grupo será encaminhado a abrigos (nesse último caso, o Planalto, contudo, não informou os locais).
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