No relatório final sobre o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, a Polícia Federal (PF) deixou em aberto o envolvimento de quatro suspeitos. Eles haviam sido citados na delação do ex-PM Ronnie Lessa. As informações foram publicadas no jornal Folha de S.Paulo na terça-feira, 26.
Leia também: “Caso Marielle: irmãos Brazão são transferidos de penitenciária de Brasília”
De acordo com a PF, não há evidências suficientes para indiciar os suspeitos. Entre os suspeitos estão dois acusados de disponibilizar e esconder a arma do crime e um suposto infiltrado de Domingos Brazão no Psol.
A PF prendeu preventivamente o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido) e seu irmão Domingos, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), suspeitos de encomendar o assassinato da vereadora. O delegado Rivaldo Barbosa também foi detido por supostamente ajudar no planejamento do crime e na obstrução da investigação.
Leia também: “Caso Marielle: relator vota pela continuidade da prisão de Chiquinho Brazão”
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, anunciou no domingo, 24, que a investigação sobre os mandantes e os intermediários do crime foi concluída, mas outras ações relacionadas ao caso ainda podem ser realizadas. No relatório final do caso, a PF reconhece a necessidade de mais investigações em relação a outras pessoas mencionadas por Lessa em sua delação.
“Em que pese a verossimilhança do seu relato e a notoriedade dos vínculos escusos que estes possuem com os autores mediatos, não foi possível, por ora, promover sua corroboração com elementos técnicos”, disse a PF, em documento. “Ainda que, de natureza indiciária, de modo a frustrar seus respectivos indiciamentos”
Quem são os outros quatro suspeitos de envolvimento no Caso Marielle?
Um dos mencionados é o policial militar Robson Calixto Fonseca, conhecido como Peixão, que trabalha como assessor de Domingos Brazão no TCE-RJ. Segundo Lessa, ele facilitou um encontro entre Edmilson de Oliveira, conhecido como Macalé, e os irmãos Brazão, em que teria sido planejado o assassinato da vereadora.
Peixão também teria ajudado a obter a submetralhadora usada no crime na favela Rio das Pedras, área onde a família Brazão atua. Ele também participou, segundo o ex-PM, da devolução da arma e do descarte das munições em um córrego na comunidade.
O policial foi alvo de busca e apreensão autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é o único dos quatro suspeitos não indiciados que está em liberdade.
Leia também: “Caso Marielle: esquerda não quis federalização das investigações durante governo Bolsonaro”
As investigações revelaram que Peixão mantinha contato com Marcus Vinicius Reis dos Santos, conhecido como Fininho, preso em 2019 sob acusação de liderar a milícia de Rio das Pedras. Fininho também é suspeito de envolvimento no caso.
Fininho, por sua vez, está ligado a Laerte Lima, outro preso por suspeita de envolvimento com a milícia da favela da zona oeste. O relatório menciona ligações telefônicas entre os dois.
Embora Lessa tenha implicado Laerte nas informações sobre o Psol e Marielle repassadas à família Brazão, a PF não o indiciou. Suspeita-se que Laerte tenha se filiado ao Psol depois da eleição de 2016 para atuar como um infiltrado no partido.
Leia também: “Depois de conclusão das investigações, Câmara homenageia Marielle Franco”
O quarto suspeito não indiciado é o ex-PM Ronald Paulo Alves Pereira, conhecido como major Ronald, também preso por suspeita de envolvimento com a milícia de Rio das Pedras. Ele teria participado do monitoramento da vereadora dias antes do crime e teria avisado sobre o evento de Marielle na Casa das Pretas, que precedeu o assassinato.
Apesar das lacunas, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, declararam as investigações sobre a morte da vereadora como encerradas. Eles afirmam ter identificado os executores, mandantes e intermediários envolvidos no crime.
+ Leia mais notícias do Brasil em Oeste
Uma pergunta: porque a esquerda está quietinha, medo?
Esperar o que, de um Estado que teve todos seus ex governadores presos por corrupção e desvios, desde a redemocratização o Rio de Janeiro virou uma baderna, a única liderança politica do Rio que não se envolveu com o crime foi justamente o presidente Bolsonaro, mesmo revirando a vida dele de cabeça para baixo, e perseguição continua seja da imprensa do judiciário e politica de esquerda, não tem nada que o incrimine, tem muito trabalho para limpar o Brasil.