Em Porto Alegre, os computadores da loja de produtos para pets Cobasi foram transferidos para o mezanino para protegê-los da água. Em contrapartida, os animais foram deixados no subsolo. A situação foi observada pela delegada Samieh Saleh durante uma inspeção, na manhã desta quinta-feira, 23.
A delegada concedeu entrevista ao portal UOL. Ela esteve na Cobasi com membros do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Brigada Militar e do Instituto Geral de Perícias (IGP).
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O mezanino da Cobasi, que não foi afetado pela enchente, abrigou os computadores e CPUs anteriormente localizados nos caixas do subsolo. “Os eletrônicos foram cuidadosamente removidos, mas os animais foram negligenciados lá embaixo”, explicou Samieh.
Na operação de resgate, os agentes encontraram 38 corpos de animais, embora o número real possa ser maior. Havia peixes, aves e roedores. “A loja estava escura, e tivemos de usar lanternas para buscar em meio a objetos espalhados pelo chão, o que sugere que pode haver mais corpos”, comentou a delegada.
A Cobasi foi solicitada a fornecer uma lista dos animais presentes na unidade. Os corpos encontrados serão examinados pelo IGP.
Gerente da Cobasi presta depoimento à polícia
A gerente do petshop e representantes do Shopping Praia de Belas, onde a loja está situada, já prestaram depoimento à Polícia Civil, que aguarda mais depoimentos nos próximos dias.
Um vídeo do Ibama mostra a primeira inspeção na Cobasi de Porto Alegre, realizada no domingo 19. A visita contou com a participação da Polícia Civil, da Brigada Militar, do Corpo de Bombeiros e da ONG Princípio Animal, depois da morte por afogamento de animais por causa das enchentes na cidade.
O vídeo exibe os agentes no mezanino, que estava seco, e mostra um corredor onde itens como camas para animais e rações estavam intactos.
A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar a morte dos animais na Cobasi, que confirmou o afogamento dos bichos na sexta-feira 17.
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As pessoas envolvidas podem ser acusadas de maus-tratos aos animais, com penas que variam de três meses a um ano de prisão, e até cinco anos, se houvesse cães ou gatos, segundo a delegada.
O Shopping Praia de Belas informou ter alertado a Cobasi sobre o risco de alagamento severo e oferecido assistência para acessar o local.
A Cobasi alegou que a evacuação do petshop foi uma medida emergencial, conforme orientações das autoridades locais.
“Asseguramos que os animais estivessem seguros e providos do necessário até o retorno dos colaboradores, que esperávamos ser breve”, informou a empresa. “Contudo, a tragédia foi sem precedentes e, apesar dos esforços contínuos, o acesso seguro à loja foi impedido pelo nível da água.”
Loja de produtos pet se manifesta
“A Cobasi esclarece que sua loja no shopping Praia de Belas precisou ser
evacuada de forma emergencial na sexta-feira, dia 3 de maio, seguindo as
orientações das autoridades. Como não havia qualquer indicação da magnitude
do desastre que acometeu o estado do Rio Grande do Sul, os colaboradores da
loja tomaram todas as providências para garantir que as aves, pequenos
roedores e peixes estivessem em altura segura e alimentados para sua
sobrevivência até o retorno dos colaboradores que, com base nas informações
oficiais disponíveis naquele momento, deveria ocorrer num espaço breve de
tempo.
Tudo foi colocado acima de um metro de altura no mesmo salão. Infelizmente a
entrada de água na noite do sábado (04 de maio) e na madrugada do domingo
(05 de maio), chegou aos 3,5 metros de altura, atingindo o teto da loja,
ultrapassando em muito a barreira de sacos de areia colocada na porta da loja,
pelos colaboradores do shopping. Cabe destacar que apenas as 4 CPUs dos
checkouts da loja foram levadas ao andar superior, por se encontrarem a 20
centímetros do chão, local que ficava junto aos pés das operadoras de caixa,
porém todos os outros equipamentos relacionados aos checkouts
permaneceram em suas posições originais (acima de 1 metro de altura) tais
como: monitores, teclados, impressoras de cupom fiscal, teclados pin pad (para
cartões de crédito/débito) e leitores de código de barras dos produtos. Outros
tantos computadores e equipamentos também presentes no mesmo salão
inundado, não foram removidos de suas posições originais, e foram danificados
com a água e lama que invadiu a loja. Assim entendeu a gerência da loja que
não correria o risco de inundação pois a mesma se encontrava estabilizada até
às 18:30h do sábado dia 4 de maio, pelo relato de funcionário do shopping. Todo
este relato acima será confirmado e provado nos autos.
Infelizmente, a proporção do evento climático na região foi tão devastadora que
provocou uma inundação sem precedentes no shopping e levou à perda de vida
de pequenos roedores, aves e peixes que estavam na loja. Importante ressaltar
que não havia cães ou gatos no estabelecimento. A inundação levou também à
destruição de quase a totalidade dos principais equipamentos e do estoque de
produtos da loja.
A Cobasi lamenta profundamente o ocorrido. A empresa ressalta ainda que está
colaborando com as investigações realizadas pelas autoridades e que irá
comprovar todas as informações relatadas acima nos autos.
Há mais de 25 anos, a Cobasi atua em parceria com ONGs de proteção animal,
tendo sido pioneira no setor em estabelecer esses vínculos, e luta pela garantia
de qualidade de vida de todos os pets, independentemente das espécies. Desde
o agravamento da situação no Rio Grande do Sul, a Cobasi doou 20 toneladas
de ração e 4,8 toneladas de areia higiênica para gatos para ONGs parceiras e
grupos de resgate que estão atuando no local. Em colaboração com outras
instituições, foram enviadas mais de 500 caminhas, além de caixas e bolsas de
transporte, roupas cirúrgicas, petiscos, roupinhas, cobertores, colchonetes,
antipulgas e vermífugos, além de 4 carretas contendo água mineral, mais de 400
cestas básicas, colchonete e cobertores. A empresa também contribuiu para a
construção de um abrigo emergencial para 200 animais em um shopping local.
Adicionalmente, 14 lojas no Rio Grande do Sul estão recolhendo itens para pets
e entregando a ONGs parceiras que atuam na região. Ainda, 24 lojas no estado
de São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília estão arrecadando, além de itens
para pets, água, produtos de higiene e beleza, roupas íntimas, roupas de camas,
colchonetes, fralda e leite em pó para as pessoas afetadas.
A Cobasi continuará a contribuir no apoio e assistência a todos no Rio Grande
do Sul.”
Oeste perde a oportunidade de se aprofundar nesse fato e constatar a possível militância explícita de agentes e aparelhos públicos a mando de “alguém” que se diz militante da causa animal, ignorando completamente o drama da população gaúcha.