O apresentador Fausto Silva, o Faustão, precisa de uma cirurgia de transplante de coração. Ele está nternado desde 5 de agosto, no Hospital Israelita Albert Einstein.
Faustão ainda não encontrou o doador adequado. Em virtude desse problema, o apresentador pode ficar na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) por cerca de 18 meses.
Hoje, 386 brasileiros aguardam um coração na fila. Um coração novo depende exclusivamente da autorização de famílias de pessoas com morte encefálica.
O empecilho para o transplante de coração que o apresentador Faustão deve realizar
A morte encefálica ocorre quando há ausência de todas as funções neurológicas, ou seja, quando é permanente e irreversível, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).
Ao todo, 1,8 milhão de pessoas morreram no Brasil em 2021: alta de 18%, em relação a 2020. Vendo os números, não parece tão difícil encontrar 386 corações saudáveis. Porém, ao menos 43% das famílias brasileiras não autorizam as doações de órgãos de seus entes queridos, de acordo com o Ministério da Saúde.
Um único doador morto poderia salvar mais de oito vidas, de acordo com o VivaBem, do site UOL. É possível doar pulmão, fígado, rins, pâncreas, córneas, intestino, pele, ossos, válvulas cardíacas e coração.
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Caso o doador passe nos exames de sangue que avaliam a presença de doenças como HIV, sífilis e toxoplasmose, há outro desafio para o transplante: o tempo.
Fora do corpo humano, um órgão tem um prazo de validade para ser transplantado em outra pessoa. O que determina o transporte é o tempo de isquemia, período que cada órgão dura depois de ser retirado do corpo.
Dependendo da distância, o órgão pode ser transportado de carro ou avião. No caso do coração, o tempo de isquemia é de quatro horas. Já a cirurgia de transplante de coração que Faustão e outros quase 400 pacientes brasileiros precisam pode levar de três a cinco horas.
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Um decreto do ex-presidente Michel Temer obriga que haja ao menos um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) disponível para transportar órgãos que serão transplantados. O objetivo do decreto de Temer foi diminuir a necessidade de voos particulares fretados para esse propósito.
O paciente que recebe um transplante de coração precisa ficar em observação por 15 dias. O corpo do paciente pode rejeitar o órgão que se formou sob o peito de outra pessoa. A rejeição do transplante pode acontecer com qualquer órgão.
Quando a cirurgia é bem sucedida, 77% dos pacientes que recebem o transplante de coração ganham cinco anos a mais de vida. Ao todo, 20% deles conseguem viver até por 20 anos mais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).