O desembargador Evandro Magalhães Melo, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJ-PE), se declarou impedido para julgar um pedido de habeas corpus impetrado pela defesa de um jornalista de Recife que publicou críticas a um promotor.
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A prisão foi decretada pela juíza Andréa Calado da Cruz porque Ricardo César do Vale Antunes teria descumprido uma decisão judicial que determinava a remoção de publicações nas redes sociais dele contra o promotor Flávio Roberto Falcão Pedrosa.
Ricardo Antunes, que também teve os perfis bloqueados, está na Espanha, e não foi preso. A defesa do jornalista argumenta que ele é vítima de “censura” e que não houve descumprimento da ordem judicial, mas apenas um “equívoco” da equipe de redes sociais, que não percebeu que ainda havia uma chamada sobre a notícia contra o promotor nos stories do Instagram.
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No recurso, os advogados disseram que o jornalista é réu primário, tem residência fixa e profissão lícita e pediram a revogação da prisão e a liberação dos perfis. Como alternativa, a defesa solicitou que medidas mais brandas fossem adotadas, como o possível uso de tornozeleira eletrônica.
Desembargador se declarou impedido para analisar pedido de habeas corpus do jornalista
O desembargador nem sequer analisou o mérito do habeas corpus. “Na hipótese dos autos, após análise circunstanciada do caso que me foi apresentado, verifico que a manutenção de minha atuação no presente feito poderia ser interpretada como violação à minha imparcialidade, por razões de foro íntimo, as quais, respeitando o sigilo que as envolve, não necessitam ser explicitadas em detalhes, conforme orientação a jurisprudência e do entendimento sumulado pelos Tribunais Superiores”, escreveu Evandro Magalhães Melo, em despacho proferido no sábado 27.
Ricardo Antunes é réu por difamação e injúria em razão da publicação de notícias sobre a compra de um terreno pelo promotor Flávio Falcão na ilha de Fernando de Noronha. Na decisão que ordenou a prisão do jornalista, a juíza Andréa Calado da Cruz disse ter feito uma busca no Google e verificado que, mesmo depois da ordem para retirar os conteúdos do ar, ainda havia um link para a notícia intitulada “Promotor Flávio Falcão e o juiz André Carneiro no lobby do Judiciário”. Embora a notícia estivesse indexada no buscador, o conteúdo da reportagem já havia sido removido.
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A magistrada mencionou que também estava disponível vídeo no canal do jornalista no YouTube com fotos do promotor Flávio Falcão e do juiz André Carneiro com a descrição “Imagens revelam relação promíscua entre juiz, promotor e empresários de Noronha”.
Andréa também afirmou que o jornalista demonstrou “flagrante escárnio ao Poder Judiciário” ao realizar uma transmissão ao vivo direto da Espanha instantes antes do início da audiência de instrução do processo. Ele não participou da sessão sob o argumento de que não teria acesso à internet de qualidade.
Redação Oeste, com informações da Agência Estado
Resumindo, é a ditadura se espalhando que nem praga por todo o Brasil.
Com a Justiça tomada por justiceiros corruptos e/ou alienados, em ação contra indivíduos que podem ser, de fato, desonestos, maldosos, e também corruptos e alienados, com uma imprensa que filtra, retira, põe e inverte informações à sua conveniência, sem conhecimento pleno do cenário, não há como tirar conclusões e muito menos emitir opinião!