O país comemora nesta quarta-feira, 27, o Dia Nacional da Doação de Órgãos. A Lei nº 11.584/2007 instituiu a data para promover a importância do ato, estimulando as pessoas a conversar com os seus familiares a respeito de sua opção por ser doador.
Nas últimas semanas, o assunto virou pauta nacional, em função do transplante de coração do apresentador Fausto Silva. Ele recebeu um novo órgão exatamente um mês atrás, em 27 de agosto.
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Polêmicas em torno da fila para o transplante e outras regras vigentes no Brasil acerca da doação de órgãos também foram objeto de amplo debate. Afinal, é um assunto ainda controverso e de difícil entendimento.
Famílias têm a palavra final
A legislação hoje estabelece que a família é a responsável pela decisão em caso de diagnóstico de morte cerebral. A informação de “doador/não doador de órgãos”, que algumas pessoas têm impressa no seu RG, já não vale mais.
Atualmente, o índice de recusa familiar é alto. De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), no primeiro semestre de 2023, a família não ter autorizado o procedimento foi o motivo em 49% dos casos em que a doação não pôde se concretizar.
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Além disso, estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) elencou as três razões principais para o número alto de “nãos”, fenômeno que não se restringe ao Brasil: dificuldade de compreender a morte encefálica, falta de preparo na comunicação pelas equipes e crença religiosa.
Dia de São Cosme e Damião
O dia 27 de setembro foi, até 1969, a data em que se celebra o dia dos santos Cosme e Damião na liturgia católica. A partir de então, antecipou-se para o dia 26. É comum, no entanto, que as celebrações ocorram nos dois dias, incluindo a popular distribuição de doces.
Santos, irmãos e gêmeos, Cosme e Damião foram médicos. Um milagre atribuído a eles seria justamente o primeiro transplante registrado da história, daí a escolha para o Dia Nacional da Doação de Órgãos.
Eles teriam amputado uma perna gangrenada de um diácono e, em seu lugar, transplantado a de um homem negro, falecido no dia anterior. A diferença das cores das peles seria a prova que o diácono apresentava do milagre.
Setembro Verde (e Amarelo)
Desde 2014, a legislação estabelece setembro como mês de informação e conscientização sobre a doação de órgão e tecidos. É o chamado Setembro Verde, que acompanha o Setembro Amarelo, por sua vez dedicado à prevenção do suicídio desde 2015.