Os bombeiros encontraram o último corpo da tragédia na C.Vale — a explosão em um complexo para armazenagem de grãos em Palotina, no Paraná. Trata-se de Wicken Celestin, 55 anos, um trabalhador haitiano.
“Chegou ao fim a busca pela última vítima”, informou a C.Vale, que é conhecida como uma das maiores cooperativas agrícolas no país. A localização do corpo ocorreu cinco dias depois das explosões no Paraná, que aconteceu em 26 de julho. De acordo com a empresa, ele foi encontrado às 14h40. É a nona vítima fatal do acidente. Restam sete pessoas internadas no hospital.
As explosões no Paraná
Na quarta-feira 26, quatro estruturas para a armazenagem de grãos explodiram no Paraná. Eram armazéns, uma vez que estavam dispostos na horizontal. Contudo, elas faziam parte de um complexo com silos, construções em formato cilíndrico, dispostas na vertical.
Esses armazéns armazenavam dois tipos de grãos no momento do acidente. São eles: milho e soja. Segundo a C.Vale, a construção deles se deu nas décadas de 1970 e 1980. Assim, elas tinham cerca de 40 anos. A companhia, entretanto, afirma que os locais haviam passado por atualizações para “adequações às normas de segurança e de tecnologia, com a instalação de equipamentos de termometria que permitem monitorar remotamente as condições de conservação dos grãos”.
O que causa as explosões em silos e armazéns
As explosões como as que aconteceram no Paraná podem ter relação com a poeira formada pelos grãos no lugar, conforme explica o ph.D. e engenheiro agrônomo Flávio Lazzari. Ele é especialista em manutenção da qualidade, quantidade e valor de produtos armazenados.
“Normalmente elas são denominadas explosões de poeira”, comentou. De acordo com Lazzari, quando o pó oriundo dos grãos fica acumulado em estruturas de transporte, ele pode acabar servindo como combustível para esses acidentes.”
Segundo o especialista, o excesso desse pó pode pegar fogo com uma faísca e explodir. Ele explicou que essas explosões ocorrem em cadeia, com a força sempre aumentando gerando estragos como os nas estruturas no Paraná. “Os danos causados às estruturas são incríveis”, disse.