Francisco de Assis Pereira, conhecido como “Maníaco do Parque”, poderá sair da prisão em agosto de 2028, apesar de sua condenação a mais de 280 anos. Ele foi condenado, em 2002, por crimes como homicídio qualificado e estupro. O criminoso confessou o assassinato de 11 mulheres.
O Código Penal brasileiro limita o tempo de cumprimento de pena. Na época da sentença, o máximo permitido era de 30 anos. Mesmo que em 2019 o limite tenha sido elevado para 40 anos, essa mudança não se aplica aos crimes anteriores a 2020, como os de Francisco.
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Para deixar a prisão, Francisco deverá passar por avaliações psicológicas. Caso não seja aprovado, um juiz pode decidir pela continuação da pena. O promotor do caso, Edilson Mougenot Bonfim, manifestou preocupação e disse que Francisco “voltará a vitimar mulheres, caso seja solto”.
Atualmente, o Maníaco do Parque cumpre pena na Penitenciária de Iaras, em São Paulo, onde passa a maior parte do tempo em isolamento. O criminoso participa de atividades como bordar e frequentar cultos evangélicos semanais. A Polícia Civil registrou 23 ataques no Parque do Estado, local onde Francisco atraía vítimas sob o pretexto de fotografá-las para catálogos de cosméticos.
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O criminoso foi preso na fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina. Durante as investigações, a polícia descobriu que algumas vítimas escaparam e que o assassino tinha uma fixação por mordidas, evidenciada em alguns corpos. As informações foram divulgadas pela Polícia Civil de São Paulo.
Quem é o Maníaco do Parque
Francisco de Assis Pereira é um dos mais notórios assassinos em série do Brasil. Nascido em 1967, o Maníaco do Parque atuava como motoboy em São Paulo e, no fim dos anos 1990, cometeu uma série de crimes brutais no Parque do Estado, conhecido popularmente como Parque do Carmo.
Entre 1997 e 1998, ele atraiu mulheres com a promessa de sessões de fotos para agências de modelos. O criminoso ofereceu uma falsa perspectiva de carreira no mundo da moda.
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Aproveitando-se da confiança das vítimas, Pereira as conduzia ao Parque do Estado, onde as agredia, torturava e, em vários casos, as assassinava. Suas ações resultaram na morte de pelo menos sete mulheres e em ataques a outras vítimas. Algumas delas sobreviveram e contribuíram com informações para a investigação policial.
O Maníaco do Parque foi capturado em agosto de 1998 e condenado a mais de 280 anos de prisão por estupro, homicídio e ocultação de cadáver. Seu caso gerou grande repercussão e chocou o país.
Os crimes de Pereira levantaram discussões sobre segurança, psicopatia e o tratamento de criminosos perigosos. Atualmente, ele cumpre pena em regime fechado. Sua persoanlidade continua a ser estudada por especialistas em criminologia e psicologia criminal.