O Exército brasileiro enviou 28 blindados para Roraima para reforçar a segurança na fronteira com a Venezuela e a Guiana, países que disputam a região de Essequibo. A transferência de equipamentos militares para o norte faz parte da Operação Roraima, que tem o objetivo de fortalecer a prontidão operacional e logística do Exército na Amazônia Ocidental.
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Os blindados saíram de Campo Grande (MS), em 17 de janeiro, passaram por Manaus, na última semana, partindo em seguida para Roraima.
De acordo com o Exército, o objetivo da ação é aumentar em 10% o efetivo de tropas no Comando Militar do Norte e no Comando Militar da Amazônia.
“A chegada dos blindados é resultado do planejamento do Exército Brasileiro voltado para reforçar e priorizar a Amazônia”, afirmou, em nota, o Centro de Comunicação Social do Exército.
A estrutura da unidade militar de Roraima aumentou, passando de esquadrão para regimento.
“Após a transformação completa da unidade, prevista para 2025, o Regimento passará a ter três esquadrões e um efetivo de cerca de 600 militares”, informou o Exército.
Em dezembro, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, declarou que o Brasil não vai permitir o uso de seu território para que a Venezuela realize uma invasão à Guiana.
Segundo ele, sem uma passagem por Roraima, a única forma de as forças do ditador Nicolás Maduro chegarem ao território é pelo mar.
O comboio enviado para Roraima conta com os seguintes equipamentos:
- 14 Viaturas Blindadas Multitarefa (VBMT) 4×4 Guaicurus, equipadas com sistemas de armas remotamente controlados;
- meios optrônicos de visão termal e módulos de comando e controle;
- 8 viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal Médio sobre Rodas (VBTP-MR) Guarani;
- 6 viaturas Blindadas de Reconhecimento Média Sobre Rodas (VBR-MSR) EE-9 Cascavel; e outras viaturas administrativas.
Disputa territorial
O deslocamento de tropas e equipamentos militares para Roraima acontece pela escalada de tensões entre Venezuela e Guiana, que brigam por Essequibo.
Nesta disputa centenária, a Venezuela busca anexar dois terços do território da Guiana, uma área com cerca de 160 mil quilômetros quadrados.
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Essa área é administrada pela Guiana, apesar da antiga reivindicação de Caracas pela região, e possui depósitos de petróleo e minerais, bacias hidrográficas e as famosas cataratas Kaieteur.