O Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), da Fiocruz, investiga a morte de uma mulher de 43 anos por gripe suína no Paraná. A vítima morava perto de uma fazenda de criação de porcos, no oeste do Estado.
A confirmação do tipo do vírus — o A/H1 — foi primeiramente feita pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), na capital paranaense. Em seguida, a variante do H1N1 foi confirmada pelo laboratório da Fiocruz.
Segundo a fundação, a paciente que morreu de gripe suína tinha diagnóstico prévio de câncer e vivia na região de uma fazenda de suínos. Os sintomas — febre, dor de cabeça, dor de garganta e dor abdominal — tiveram início em 1º de maio. Dois dias depois, ela foi hospitalizada devido à infecção respiratória aguda grave. No dia 4, a paciente foi transferida para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu e morreu no dia seguinte.
O laboratório da Fiocruz destacou que esse vírus da gripe suína, o H1N1, não tem correlação com o vírus H5N1, que atinge predominantemente as aves, e até o momento não há registro de casos em humanos no Brasil. “O vírus detectado no Paraná é outro, trata-se do H1N1 variante”, declarou em nota Marilda Mendonça, chefe do laboratório.
De acordo com a nota da Fiocruz, esta é a primeira infecção humana de gripe suína causada pelo vírus influenza H1N1 relatada em 2023 no Brasil e a terceira infecção humana relatada no Paraná — a primeira foi em 2021 e a segunda, em 2022.
De acordo com as investigações epidemiológicas, a paciente não teve contato direto com porcos, no entanto, dois de seus contatos próximos trabalhavam na fazenda de suínos. Os dois contatos não desenvolveram doença respiratória e testaram negativo para a gripe suína. Até o momento, nenhuma transmissão de humano para humano associada a este caso foi identificada.
O caso foi notificado ao Ministério da Saúde e à Organização Mundial da Saúde (OMS). A amostra será enviada ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) para posterior caracterização. Em seu relatório, a OMS avalia como baixo o risco de transmissão comunitária.