A companhia de dança Suave ganhou R$ 50 mil da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro para apresentar a dança “cavalo tarado” para as crianças do Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) Luiz Carlos Prestes, no bairro carioca de Cidade de Deus. Apresentações em outras escolas também ocorreram.
🚨AGORA: Apresentação de "Cavalo Tarado" para crianças dentro de uma escola municipal na Cidade de Deus leva prefeitura do Rio a abrir sindicância. pic.twitter.com/WXY5ljXyTr
— DIRETO DO MIOLO (@diretodomiolo) August 29, 2023
A performance foi realizada em 22 de agosto e viralizou nas redes sociais nos últimos dias. No ano passado, a secretaria abriu o edital “Fomento à Cultura Carioca”. O grupo ficou em primeiro lugar, ao lado de outro projeto, na categoria musical.
A Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro fará uma sindicância para apurar detalhes relacionados à apresentação “cavalo no cio”.
“Cavalo tarado”: a sindicância no Rio de Janeiro
Os diretores de quatro escolas onde o grupo Suave apresentou a dança “cavalo tarado” foram afastados: do Ciep Luiz Carlos Prestes, do Ciep Gustavo Capanema, da Escola Municipal Marechal Estevão Leite de Carvalho e da Escola Municipal Rivadavia Correia. Eles seguirão afastados durante a sindicância.
O edital estabelecia que os grupos fizessem apresentações de projetos culturais até um ano depois do recebimento da verba. O projeto do grupo foi inscrito como “Suave na educação”, de acordo com o jornal O Globo.
“Vem mulher, vem galopando, que o cavalo tá chamando”, diz trecho a música. “Olha os cavalo (sic) voltando, os cavalo (sic) no cio. Cavalo taradão”. A música, de autoria de MC Cavalo, faz menção explícita ao ato sexual: “Galopa, galopa, galopa, depois senta e rebola. Faz a posição, vem de quatro pro negão, que o cavalo tá (sic) doidão.”
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Uma mulher começou a apresentação “galopando” em cima de um dos dançarinos. Depois, ela segue dançando sozinha no centro do palco. Em seguida, três homens se juntam à apresentação usando saias de bailarinas.
A Secretaria Municipal de Cultura disse ter repudiado “veementemente o teor da apresentação do grupo”, que foi inscrita como “classificação livre” no edital do ano passado. Segundo a pasta, a seleção do projeto foi realizada por uma comissão independente, ligada à sociedade civil.
Fazer um trabalho de arte e música da trabalho e precisa de talento e baixaria é mais fácil de fazer para uma classe artística medíocre.
Que fase!
Não creio que esta seja a cultura carioca! É a cultura de uma porção de gente, que tem aumentado a cada dia, que banaliza e relativiza tudo, enfraquecendo as referências infantis para um crescimento saudável.