Agro em debate: Fiesp recebe grupo para discutir material escolar no Brasil 

O Salão Nobre da Fiesp sediou o “Encontro com Educadores”, organizado pela associação De Olho no Material Escolar. O evento ocorreu na terça-feira 5 e reuniu autoridades do agro brasileiro e editoras que produzem material escolar no Brasil.

De acordo com Leticia Zamperlini Jacintho, presidente da associação, as editoras que enviaram representantes abrangem quase todo mercado de material escolar. “A gente conseguiu reunir neste evento um número de editoras que representa 96% dos alunos do Brasil”, disse.

O movimento em defesa do agro nas escolas começou há menos de um ano e já chamou a atenção de Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, e de Celso Moretti, presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Moretti participou do evento como palestrante e coube a ele mostrar os números que revelam a eficiência do campo no Brasil. “É uma grande satisfação estar aqui nesse momento que é emblemático para a educação do agro brasileiro, para a educação brasileira e para o Brasil”, disse o presidente da Embrapa.

Ele comentou que, durante a formação escolar de suas filhas, ficou chocado ao ler no material didático um conto que mostrava uma bruxa que não podia comer uma maça brasileira, pois estaria contaminada com defensivos agrícolas.

“Eu fui ao colégio, conversei com a orientadora educacional, disse que era pesquisador da Embrapa e expliquei que não era bem assim”, afirmou. “Mostrei que o Brasil, na verdade, tinha se tornado um exportador de maçãs”, citando as vendas do país à Europa e aos Estados Unidos, permitidas por um “programa de produção que assegurava tanto a qualidade do produto quanto a segurança para o consumo”.

Rodrigues, que ficou responsável pela abertura do encontro, disse que a busca do grupo é pela verdade. “O Brasil terá um papel cada vez mais relevante para alimentar o mundo”, explicou o ex-ministro, destacando que o país é líder para gerar “segurança alimentar sustentável”.

Em entrevista concedida a Oeste, ele afirmou que formar os alunos “com a verdade e com valores construtivos é constituir um país melhor”.

“Esse evento tratou de uma das coisas mais importantes da contemporaneidade brasileira, que é formar a juventude”, explicou. “Se você fala a verdade para juventude, mostra a realidade dos fatos e, entre esses, a importância da agricultura no desenvolvimento do Brasil, na segurança alimentar global e na sustentabilidade produtiva, você cria um sentido de patriotismo e amor próprio para os jovens essenciais para o futuro”. E completou: “Esse trabalho que o De Olho no Material Escolar está fazendo mostra que há erros de interpretação, de visão e de narrativa. Então, nós precisamos retomar a verdade dos fatos.”

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