Previsões do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) mostram que os focos de incêndio no Estado de São Paulo devem se espalhar pelo Brasil até o fim de outubro. Com isso, o órgão planeja contratar aviões adaptados para combater as queimadas.
Técnicos do Ibama encaram com pessimismo a previsão de mais 60 dias de incêndio.
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Autoridades já usam as aeronaves particulares para controlar o fogo no Pantanal. O governo federal paga, em média, cerca de R$ 10 milhões a cada duas semanas para custear esse serviço — que tem oferta limitada.
O envio dos aviões também fica escasso, pois exige condições de pouso nas regiões afetadas, as quais nem sempre atendem aos requisitos. Além disso, demanda pontos de abastecimento de combustível e água para executar as operações.
“No Pantanal, os focos já diminuíram bem”, afirmou Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama. “Na Amazônia, não diminuiu ainda. Em São Paulo, tivemos um pouco de chuva. Estamos tentando entender nas imagens de satélite o que é foco ativo. A chuva apaga o fogo, mas traz muita fumaça também e dificuldade de identificar pontos ativos.”
Além das aeronaves, o instituto cogita contratar mais brigadistas e equipamentos para ajudar na operação. O Ibama apresentará, no Palácio do Planalto, as estratégias de contenção para tentar conseguir mais recursos do governo.
FAB enviou aviões para operar em Ribeirão Preto
Ainda neste domingo, 25, a Força Aérea Brasileira (FAB) enviou a aeronave KC-390 Millenium para Ribeirão Preto, uma das cidades do interior paulista mais afetadas pelos incêndios. Por mais que o modelo navegue por instrumentos, ela não saiu da cidade por causa da dificuldade de teto.
Navegar por instrumento é quando o avião decola e pousa sem referência visual por causa das adversidades climáticas. Com isso, opera com o auxílio de computadores de bordo. O teto é a altura da base da mais baixa camada de nuvens.
Nesta segunda-feira, 26, e nesta terça-feira, 27, os membros da gestão federal vão se reunir na Casa Civil para discutir os próximos passos para combater os incêndios.
Marcelo Damasceno, comandante e tenente-brigadeiro da FAB, está em São Paulo para observar a operação dos aviões. O cargueiro deve trabalhar em três focos de incêndio nesta segunda-feira.
“Estamos com toda nossa estrutura ajudando”, declarou o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, ao jornal O Globo. “A fumaça é muito forte e impede de você ver de cima o ponto do incêndio.”
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Facilitar o uso dos aviões do tráfico (isso não é nome de grupo de forró) é uma boa maneira de termos sempre aviões para este fim e outros como saúde.