A Justiça do Rio Grande do Sul negou mais um pedido de revogação da prisão preventiva do influenciador Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di. Acusado de estelionato, ele está detido desde 14 de julho na Penitenciária Estadual de Canoas, região metropolitana de Porto Alegre.
A decisão foi tomada pela juíza Patrícia Pereira Krebs Tonet, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Canoas. Segundo a magistrada, a defesa do influenciador não apresentou “novos argumentos capazes de afastar os fundamentos considerados pelo Juízo, no decreto prisional”. A decisão foi emitida na sexta-feira 26.
Dilson não está sozinho nas acusações. Seu sócio, Anderson Bonetti, também foi preso por envolvimento no esquema de estelionato no 22 de julho. A polícia estima que as 370 vítimas do golpe acumulam um prejuízo total superior a R$ 5 milhões.
As investigações apontam que Nego Di vendia produtos como TVs, aparelhos de ar-condicionado e celulares a preços abaixo do mercado, mas não realizava as entregas. Em redes sociais, ele alegava ter sido contratado por Bonetti para divulgar os produtos, mas em outro vídeo afirmava ser o proprietário e garantia a entrega.
Relatos das vítimas
Uma das vítimas do golpe relatou ao canal CNN que sofreu um prejuízo de R$ 30 mil ao comprar dois celulares e alguns aparelhos de ar-condicionado. Ela explicou que, em 2022, Nego Di vendeu celulares a preços muito baixos e fez as entregas iniciais para dar credibilidade ao golpe.
Depois do incidente, o influenciador teria anunciado a criação de uma loja virtual, prometendo produtos a preços acessíveis. O prazo de entrega era de 50 dias, o que a polícia acredita ter sido uma estratégia para atrair mais vítimas enquanto fazia novas promoções.
A partir da denúncia das vítimas, a polícia quebrou o sigilo bancário de Nego Di, revelando que ele recebeu mais de R$ 300 mil em pouco tempo, corroborando as acusações de estelionato.
A prisão de Nego Di
O humorista Nego Di foi preso em 14 de julho em uma casa na Praia de Jurerê, em Florianópolis (SC).
A polícia também prendeu a mulher de Nego Di, Gabriela Sousa, mas a liberaram depois de pagar fiança de R$ 14 mil.
Segundo a investigação, Nego Di e Anderson Bonetti teriam lesado pelo menos 30 pessoas com a loja virtual “Tadizuera”.
Além disso, o influenciador é investigado por rifas virtuais com prêmios atraentes, como dinheiro, celulares e carros, que resultaram em uma investigação por lavagem de dinheiro.
A investigação revelou que os depósitos das rifas eram direcionados para contas vinculadas a empresas em nome do casal e parentes. No total, as vítimas depositaram R$ 2,6 milhões. Segundo os investigadores, a fama de Nego Di foi um fator significativo para atrair vítimas.
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